Trabalhe no que você ama. 

A gente tem que fazer o que ama mesmo.
Eu saí para trabalhar sete e meia da manhã.
Trabalhei até oito da noite. Jantei com o pessoal do trabalho e voltei para casa. Está certo que eu estava morrendo de saudades do meu marido, mas eu também estava empolgada com o trabalho.
Eu cheguei em casa querendo continuar estudando e pensando em novas idéias para aulas e atendimentos.
Eu não consigo imaginar alguém trabalhando, às vezes durante anos, naquilo que não gosta. Quando eu ouço: “estou há quinze anos num cargo, ou numa empresa, que não tem nada a ver com isso”, meu coração gela e eu não consigo vislumbrar a sensação desse cotidiano. 

Se isso que eu estou sentindo de bom fosse ruim, eu estaria extremamente miserável.
Amo o que eu faço! O trabalho pode ser algo verdadeiramente gratificante na vida.
Se você está fazendo algo que você não gosta, mude sua vida agora! Não perca mais nem um segundo em um caminho não satisfatório. O que você precisa fazer para mudar o seu trabalho? O que você quer fazer da sua vida? Faça! Não desista!

Pregação no metrô.

Eu não consigo deixar de prestar atenção quando tem alguém pregando na rua.
Lembro de um cara pregando no ônibus, certa vez, que falou sobre a aposta de Pascal.
Pascal afirmou que se você tivesse que apostar na existência ou não de Deus, valeria a pena, sem dúvida, apostar na existência da deidade. Se, no fim das contas, Deus não existisse, você não perderia nada; se, por outro lado, ele existisse, você estaria salvo. Eu não acho que vale a pena fazer essa aposta e posso explicar no futuro o porquê.
Ainda teve outra ocasião em que uma mulher me parou na rua querendo falar comigo sobre a religião dela e eu disse que não tinha interesse e fui andando. Eu consegui ainda ouvir ela falando para uma outra mulher que a acompanhava: “Essa aí não tem Deus no coração não. Está perdida”. E é isso! As pregações de rua são sempre bastante bizarras e violentas, como o comentário dessa mulher.
A do texto de hoje é baseada numa pregação que ouvi ontem no metrô, de um senhor idoso (que devia ter dinheiro para ficar pagando passagem de metrô para pregar, por que a passagem está cara).

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Eu não tô apontando o dedo para ninguém não, tá, gente?
Eu tô só falando que ele foi chicotado, espancado, cuspido, ele carregou aquela Cruz pesada lá, colocaram a coroa de espinhos lá na cabeça dele, o sangue dele minou, escorreu, encharcou a terra. Tudo por você! (Apontando o dedo para as pessoas ao redor). Por você… Por mim…. Não sou eu que estou falando isso, botando o dedo na sua cara não, tá na Bíblia.
A aflição vem aí, a dor vem aí! E vai ser triste…. Você tá rindo aí, agora, em um minuto, em um segundo, você pode estar chorando.
Deus disse, Jonas, vai lá pregar que as pessoas estão precisando! É por isso que eu tô aqui hoje. Para você ouvir a palavra de Deus hoje porque ele vai voltar! Jesus vai vir nas nuvens e todo olho verá! Você sabe o que quer dizer isso? Todo olho verá!
Deus, Jesus está de braços abertos! É só você querer.
Eu sei que muita gente não gosta de ouvir, pessoal, mas o final tá chegando e vai ser triste.
Deus não se agrada de nós mortos não. Tem que ouvir agora. Não é quando cair. Aí tá sofrendo, tá morrendo, quer chamar Deus? Quer que ele vá até você? Ele não vai não! É você que tem que ir até ele. A carne humana é uma carne podre. É a carne mais fedida que existe. Deus não vai no cemitério não. Lá tem osso, miséria e os vermes. Os vermes mais nojentos que existem. Lá está o demônio. Tem que se arrepender antes. Ir até Jesus agora, não é depois não.
Ele só foi ver Lázaro. Lázaro ele foi ver lá, apodrecido já, ninguém ia entrar lá, mas Jesus entrou. Falou: “Levanta, Lázaro!” e Lázaro levantou. Mas Lázaro já era de Deus. Deus não vai atrás de você no cemitério não. Quando chegar lá já era.
A pessoa ouve a gente falar, acha que é até um assalto. Isso aqui não é assalto não, o pessoal que tá entrando aí agora pode se acalmar. Isso aqui é a palavra de Deus. E Deus é amor, não é ódio não. Agora, você tem que ir até ele. Não adianta ficar: “ah… Meu Deus….” Ah, meu Deus? Ah, meu Deus tá lá de braços abertos. Você que tem que ir lá até ele.
Essas palavras são um remédio, pessoal. Isso cura câncer, cura caroço, cura tudo.
Mas é isso, pessoal. E faça uma pergunta para mim que eu vou responder. Pergunte para mim: “Por que? Por que eu estou buscando Jesus”? Porque Jesus morreu por mim. Você morreria por mim? Você? Você? Você? Você? (Apontando novamente o dedo para as pessoas ao redor).Pois é… Você mataria seu filho por mim? Pois é… Jesus morreu por mim. E Deus matou o filho dele por mim. Por você. Você não morreria por ninguém, mas Jesus morreu por você. É… Por isso que eu creio pessoal.
Quando chegar o fim, quem não escutou vai ter que passar pela dor. Não adianta se matar, mandar alguém matar você, pular do prédio, que Jesus vai levantar! Vai ter que passar pela dor! Deus vai levantar todo mundo! E todos vão enfrentar o julgamento. E vai ter pai que vai ver o filho subir e vai ficar, tem filho que vai ver o pai subir e vai ficar. Jesus disse que poucos serão escolhidos. O resto vai para o inferno, pessoal. O demônio vai levar. Vai levar e não é até amanhã não. É para todo o sempre da eternidade.
E tudo que você fez ele vai levantar da podridão do fundo da terra. Aquilo lá que você fez entre quatro paredes, Deus viu e ele vai levantar você, seu cadáver, seu corpo podre e fedido de debaixo da terra, e vai falar: “Oh lá o que você fez lá! Eu tava vendo, eu tava presente!”
Boa tarde pessoal. Deus ama vocês. Leiam a Bíblia!

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Depois disso tudo eu só queria dizer: Deus desculpa por aquele último domingo se você estava lá presente entre as quatro paredes do banheiro, foi a feijoada do dia anterior…

O mal menor. 

As pessoas que falam grosso e alto metem medo e passam por mal encaradas.
Quem fala manso parece tranquilo.
Vivi isso esta semana. Uma discussão com algumas pessoas. Umas falando alto, outras cochichando praticamente. As que cochicham não espantam ninguém. Mas era da boca dessas pessoas que saiam as maiores atrocidades. Lobos em pele de cordeiro. Porque falam manso não parecem ameaçadores.
Os que gritavam geravam desagrado e pareciam ferozes, mas o conteúdo de suas falas não ameaçavam ninguém.
Falar grosso e gritar não é legal, mas eu prefiro discutir com quem tem modos indecentes e boas intenções do que com quem tem o coração podre e a fala doce.

Não existe trabalho ruim. Existe? 

No meio da madrugada
Vira e mexe
Tem um sujeito que aparece aqui na rua na frente de casa
É um rapaz que limpa o vidro do ponto de ônibus
Ele limpa o vidro do ponto de ônibus e eu fico
Gente…
Tem uma pessoa que faz isso?
Os pontos de ônibus passam por faxina
Lembrei que antigamente tinha um carro que lavava a rua…
Ainda tem disso por aí?
Acho que não, né?
Porque a gente já acabou com a água e tem que economizar?
Quando comecei a dar aula num curso técnico de enfermagem
Descobri que tem gente que cata corpos de pessoas mortas nas ruas
Tem gente que limpa cena de crime
A nossa sociedade produziu empregos estranhos…
É triste ver esse cara do ponto d eonibus de madrugada, sabia?
Ele passa a pé…
Sozinho….
Limpa o ponto e sai andando
E eu e meu marido ficamos na janela olhando…
Eu tenho uma vontadinha de descer e falar com ele algum dia
Aposto que meu marido também tem
Ei, moço, tudo bem?
O senhor gosta deste emprego?
Ele tem sentido pra você?
É pelo dinheiro? Você tem família para sustentar?
Você fala com sua mulher sobre as bizarrices do trabalho?
Como você veio para aqui?
Eu imagino que tenha alguma coisa de pacífica nessa profissão
Como no serviço doméstico
Um serviço doméstico público
Um trabalho interminável e inútil que estraga assim que você acaba de fazer
Bom conversar com você
Até a próxima
O senhor volta
Não volta?
Sempre volta
Pois o vidro está sempre sujo

Insetos malditos. 

Minha mãe disse que um professor da faculdade afirmou que o medo que as mulheres sentem de baratas é uma herança da época em que vivíamos em cavernas. As mulheres teriam aversão a esse inseto asqueroso porque ele teria o hábito desagradável de entrar no corpo da mulher pela vagina e fazer seu ninho no útero da fêmea da espécie humana.
Especulações.
O que sabemos é que barata é um monstro assustador nojento mesmo e que, de um modo geral, todos os insetos são extremamente desagradáveis.
Ainda bem que minha história não é com barata e sim com percevejo (pecervejo…pêssevejo….).
Estava em um ônibus lotado com ar-condicionado quando sinto um troço perto do rosto. Eu levei a mão ao cabelo e caiu um bicho na minha blusa, me sacudi freneticamente, o troço sumiu e subiu aquele cheiro horrível. Era o tal do percevejo. Não sei se já estava em mim (porque eu tinha acabado de subir no ônibus, podia sim ter vindo da rua comigo) ou se caiu do ônibus… Enfim… Tinha um cara sentado do meu lado. Contrariando a tese de que esse medo de insetos é herdado pelas mulheres apenas, ele quase subiu no banco quando percebeu o que estava acontecendo.
Mas, beleza, o fedidinho caiu no chão.
Eu não relaxei. Tinha aquele medo ainda do troço subir pelas minhas pernas e ainda o cheiro que empestiou o ônibus todo.
Cinco minutos depois veio outro susto. O percevejo pulou na minha mão sabe lá Deus como!!! (Esse bicho voa?) Eu dei um pulo, o cara também e o percevejo sumiu novamente.
O cheiro ficou.
Eu estava tão incomodada, mas tão incomodada, que eu desci uns dois pontos antes.
Quando eu levantei do banco uma mulher falou (nervosamente) para o cara:
– Ah! Ele está na sua cabeça.
Coitado do cara.
Eu saí correndo.
Essa volta toda para dizer que eu fiquei meio traumatizada com ônibus de ar-condicionado. Se um percevejo faz esse estrago todo, imagina de fosse uma barata?!
Para me acalmar eu lembrei de uma vez em que apareceu uma barata dentro do carro da minha mãe. Ela estava dirigindo, e a barata voou no vidro bem na frente dela. Ela tomou um susto e reagiu inesperadamente (eu, pelo menos, não esperava) metendo o mãozão; mano, a barata não deve nem ter visto de onde veio sua sentença! No aperto, né, a gente se vira. Imagino que eu deva ter herdado essa coragem e ousadia. Se eu não tivesse visto essa cena inspiradora eu imaginaria que se aparecesse uma barata dentro de um carro numa situação na qual eu fosse a figura de autoridade responsável por eliminar tal ameaça, teríamos perdido o carro.

A ciência na qual você acredita e os livros de autoajuda. 

Hoje eu vi todo os livros da sessão de autoajuda de uma livraria no Centro da Cidade. Vocês não tem idéia da quantidade de livros que se chamam “Cure sua Vida”. Tinha uns dez, pelo menos. E também, toda a bancada dos mais vendidos das livrarias são Best Sellers do The New York Times!! Quantos Best Sellers o New York escolhe por ano?! Que coisa…!!!
Cara, que doideira. Eu comprei quatro livros sobre os quais pretendo comentar em breve. Todos os temas eram de Psicologia Positiva: Resiliência; Autoestima; Propósito; e Talentos.
Resiliência é a nossa capacidade de aprender lições positivas com as adversidades da vida.
Autoestima é a capacidade de nos sentirmos amados.
Propósito é aquilo que buscamos em nossa vida, que deixarmos depois como nosso legado.
E talentos são os nossos potenciais inatos que precisam ser desenvolvidos ao longo da vida.
Todos na seção de autoajuda, mas todos muito bons e importantes. Eu sei… Eu também tinha (talvez ainda tenha) um pouco de preconceito com a idéia de autoajuda. Mas eu tenho percebido que eu estava errada por ter esse preconceito (assim como todo preconceito, este se mostrou extremamente negativo). Temos que ter cuidado com toda informação que chega até nós. Temos que desenvolver capacidade crítica. Mas, no fundo, estamos fadados a consumir a ciência na qual acreditamos. Por exemplo, hoje eu vi um livro chamado (alguma coisa do tipo) “Porque diminuir o colesterol não reduz o risco de doenças cardíacas”. Isso vai contra tudo que o Bem Estar vem nos dizendo!! Mas tá lá na prateleira dos mais vendidos da livraria.
Acredite no que te faz feliz! No que te faz viver bem! Escolha aquilo no que você acredita a partir dos critérios que fazem sentido na sua vida!

Minhas plantas murchas. 

Interessante esse negócio de ter plantas em casa. As minhas servem meio que como um termômetro emocional.
Sempre que eu estou mal, as plantas murcham. Mas o pulo do gato é que elas murcham antes que eu tome consciência de estar mal.
Quando eu estou muito sobrecarregada, com muitas coisas para fazer, sem conseguir passar um tempo bom em casa, ou sair com amigos ou com meu marido, eu fico mal. Mas eu aguento, assim como todos vocês provavelmente, muito tempo nesse ritmo ruim. As plantas, no entanto, depois de dois dias sem água já estão murchas. Quando eu entro nesse ritmo acelerado, eu esqueço de regar as plantas (assim como deixo de fazer outras coisas que faço pura e simplesmente pelo meu prazer pessoal).
Então quando eu vejo as plantas murchando, já acende o sinal de alerta: eu estou só cumprindo obrigações no automático, tenho que fazer alguma coisa diferente. No estilo: “Stop and smell the flowers” mesmo. Às vezes não dá para deixar as obrigações de lado, ou reduzir a carga de atividades que nos são impostas, mas dá para prestar mais atenção nas coisas ao redor. Na melhor das hipóteses, começaremos a nos programar para sair do olho do furacão.
Ainda tem um terceiro caminho: podemos tentar nos preparar para os momentos de maiores obrigações. Estes podem ser momentos de transição, ou de maior carga de trabalho mesmo, um período mais atribulado da vida.
Semana que vem, eu começo a ministrar um curso de dez aulas, oito horas por semana, que vai mexer com toda a minha rotina e me deixar exausta. Mas é um trabalho necessário no momento. Então, eu já vou desde agora me preparando para o ritmo pesado que eu sei que vem por aí. Vou tentar me agarrar na idéia de que trata-se de um trabalho cheio de significado, além disso, é algo temporário que ainda me traz um ganho financeiro e que, na medida em que vai mexer com a minha rotina, pode abrir espaço, depois que passar, para coisas novas acontecerem.
Existe a possibilidade de eu ficar mal em algum momento, sem dúvida, mas esses são os principais pontos que vão me ajudar a superar.