Insetos malditos. 

Minha mãe disse que um professor da faculdade afirmou que o medo que as mulheres sentem de baratas é uma herança da época em que vivíamos em cavernas. As mulheres teriam aversão a esse inseto asqueroso porque ele teria o hábito desagradável de entrar no corpo da mulher pela vagina e fazer seu ninho no útero da fêmea da espécie humana.
Especulações.
O que sabemos é que barata é um monstro assustador nojento mesmo e que, de um modo geral, todos os insetos são extremamente desagradáveis.
Ainda bem que minha história não é com barata e sim com percevejo (pecervejo…pêssevejo….).
Estava em um ônibus lotado com ar-condicionado quando sinto um troço perto do rosto. Eu levei a mão ao cabelo e caiu um bicho na minha blusa, me sacudi freneticamente, o troço sumiu e subiu aquele cheiro horrível. Era o tal do percevejo. Não sei se já estava em mim (porque eu tinha acabado de subir no ônibus, podia sim ter vindo da rua comigo) ou se caiu do ônibus… Enfim… Tinha um cara sentado do meu lado. Contrariando a tese de que esse medo de insetos é herdado pelas mulheres apenas, ele quase subiu no banco quando percebeu o que estava acontecendo.
Mas, beleza, o fedidinho caiu no chão.
Eu não relaxei. Tinha aquele medo ainda do troço subir pelas minhas pernas e ainda o cheiro que empestiou o ônibus todo.
Cinco minutos depois veio outro susto. O percevejo pulou na minha mão sabe lá Deus como!!! (Esse bicho voa?) Eu dei um pulo, o cara também e o percevejo sumiu novamente.
O cheiro ficou.
Eu estava tão incomodada, mas tão incomodada, que eu desci uns dois pontos antes.
Quando eu levantei do banco uma mulher falou (nervosamente) para o cara:
– Ah! Ele está na sua cabeça.
Coitado do cara.
Eu saí correndo.
Essa volta toda para dizer que eu fiquei meio traumatizada com ônibus de ar-condicionado. Se um percevejo faz esse estrago todo, imagina de fosse uma barata?!
Para me acalmar eu lembrei de uma vez em que apareceu uma barata dentro do carro da minha mãe. Ela estava dirigindo, e a barata voou no vidro bem na frente dela. Ela tomou um susto e reagiu inesperadamente (eu, pelo menos, não esperava) metendo o mãozão; mano, a barata não deve nem ter visto de onde veio sua sentença! No aperto, né, a gente se vira. Imagino que eu deva ter herdado essa coragem e ousadia. Se eu não tivesse visto essa cena inspiradora eu imaginaria que se aparecesse uma barata dentro de um carro numa situação na qual eu fosse a figura de autoridade responsável por eliminar tal ameaça, teríamos perdido o carro.

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