Novos hábitos vivem por um fio. 

Vai ser difícil passar um dia agora sem escrever sem ter a sensação de que estou fazendo alguma coisa errada ou deixando de fazer algo muito importante.
E a vida é cruel nesse sentido. Tem estudos que mostram que levamos, pelo menos, noventa dias para adquirir um novo hábito. Mas podemos perdê-lo em alguns poucos dias se ele não for exercitado sempre.
Então, manter a vida que desejamos tem que ser um objetivo constante. Não adianta apenas chegar onde queremos, temos que continuar trabalhando para nos mantermos nesse lugar.
Portanto, é diferente, por exemplo, de querer comprar uma casa. Nesse caso a gente trabalha, junta dinheiro, sofre um pouco na mão dos corretores, encontra aquele lugar especial que procuramos e compramos o imóvel. Aí está tudo resolvido. Com a maneira como organizamos nossa vida, temos que estar sempre em movimento no caminho do autoconhecimento e do crescimento pessoal. Não importa o que você considera como uma vida que valhe a ser vivida, ela está sempre em construção, só acaba na morte e, se você para de trabalhar nela, ela se deteriora. Mas não se assute. Esse não é um discurso derrotista, mas é sim um ultimato para que você se comprometa com o que quer.

Quando o superego cochila…

Estava eu conversando com minha mãe no ponto de ônibus. Papo vai, papo vem; quinze minutos e nada do bexiguento.
Quando ele apareceu, parou perto de onde eu e um senhor fizemos sinal.
Nesse momento aconteceram muitas coisas ao mesmo tempo.
Por educação, eu fiz um gesto para que o senhor subisse na minha frente e rapidamente voltei a atenção para minha mãe de novo, pois ela estava a meio caminho de terminar uma última frase que encerraria nossa conversa. Mas, nesse meio tempo, o senhor resolveu não subir na minha frente, e foi gentil o suficiente para querer que eu fosse primeiro. Mas minha mãe (meio prolixa, é verdade) ainda não tinha terminado a frase. Eu rapidamente devo ter pensado algo do tipo: “Senhor educado, mas seria realmente bom que ele subisse primeiro para eu poder me despedir melhor”. Por isso eu permaneci parada e insisti: ” pode subir o senhor”! Só que o motorista começou a andar com o ônibus antes que qualquer um de nós dois movesse um músculo! Narrando assim para vocês, pode parecer que passou muito tempo, mas foi coisa de cinco segundos apenas. O motorista deu, sei lá, duas pequenas aceleradas como quem ia arrancar. Foi quando eu levantei o rosto para ele e comecei: “Que isso?! Tá maluco! Tchau, mãe! (E subi no ônibus). O senhor tá doido acelerando desse jeito! Não tá vendo que tme gente para subir”?! O motorista falou com uma voz xôxa: “Tá enrolando aí”… E eu raivosamente continuei: “Enrolando não! O nome disso se chama educação! Que o senhor não tem! Eu, hein! Nunca vi isso! Tá maluco! Ah! Tô trabalhando também desde oito da manhã! Eu, hein”!
Depois disso eu fui sentar sorrindo.
O sorriso era se alegria por ter conseguido expressar descontentamento assim de forma tão espontânea. Isso não é comum na minha vida. Avalio que não fui particularmente agressiva ou grosseria, mas deixei claro meu descontentamento. O motorista também não se exaltou. Pensando com calma sobre a situação, repassando a cena na minha cabeça, eu inclusive pensei mais na resposta e no tom de voz do condutor quando disse que estávamos enrolando para subir. Ele pareceu mais um adolescente contrariado do que um homem irado. Trabalhar é estressante, convenhamos. Como motorista de ônibus no Rio de Janeiro, isso deve acrescentar um quê de desespero ao estresse comum do trabalhador. Cinco segundos de atraso já deveria estar parecendo uma eternidade para ele. A conclusão é que eu fico feliz de ter me colocado, apesar de tudo eu sou gente também e tenho meus sentimentos. Mas eu não fiquei com raiva ou mágoa, pois eu consigo me imaginar naquela situação que o sujeito estava fazendo a mesma coisa num dia mais estressante da minha vida. Eu consigo compreender de onde parte essa atitude. Eu não sei se essa minha interpretação é verdadeira, mas não importa, foi a atitude de empatia que eu procurei exercitar naquele momento.
Por todas essas questões, na hora de descer, eu agradeci ao motorista e fui embora feliz da vida.
No entanto, algo ainda me intriga: o fato de eu ter me expressado assim de forma tão enfática e ainda por cima totalmente espontânea. Normalmente, quando era para eu ter uma reação desse tipo, eu me reprimo intensamente. Era para ter como? Quando eu sinto vontade de gritar e brigar com a outra pessoa, eu sinto as palavras virem na garganta, mas as engulo a seco e depois fico me dando chibatadas por não ter me defendido contra a ofensa. Na maioria das vezes, é isso que acontece. Mas, em um momento ou outro, subitamente, de dentro de mim jorra um tsunami, eu explodo numa erupção de Pompeia e eu bufo tufões. Como isso acontece eu não sei explicar. Eu estou me sentindo mais confiante naquele dia? Ou já estou tão de saco cheio, transbordando, aí vômito tudo? Não me aprece que eu estava nenhuma dessas coisas. O que eu sei é que, naquele dia, eu estava feliz, simplesmente. Será que é a própria felicidade que nos liberta de certas amarras? Vou atentar para episódios futuros desse tipo para ter mais informações…

O dia seguinte. 

Depois de uma ótima noite, acordamos novamente na mesma cama. Olhamos um nos olhos do outro e nos desejamos “bom dia”. Um beijo simples, mas repleto de amor.
É assim que me sinto hoje em relação ao Blog.
Tivemos um dia de farra ontem e hoje acordamos bem. Felizes com a nossa história e empolgada para o futuro.
Eu me perguntei muito nesses últimos dias se estava fazendo a coisa certa resolvendo escrever. Todas as emoções positivas que eu estou sentindo neste momento me dizem que sim.
As emoções são uma excelente bússola para a nossa vida, a melhor que nós temos.
Eu tenho tentado aprender isso. Não sou muito boa ainda para ter esse tipo de sacada e movimentação na minha vida. Eu fico me submetendo a situações que me fazem me sentir mal emocionalmente, mas insisto em continuar seguindo aquele caminho bosta.
Claro que, se eu me sentisse mal em todos os lugares que me desafiam e exigem de mim, ficasse bem apenas deitada no sofá vendo Netflix, eu teria uma questão psicológica que precisaria ser trabalhada; mas esse não é o caso. Eu me sinto bem em vários lugares, em alguns outros não. Simples assim. Mas eu fico arrumando desculpas para manter o que me faz mal na minha vida no lugar de abrir mais espaço para o que eu amo. Aí essas atividades ruins sugam a minha vida, minhas energias e não sobra ânimo para me dedicar ao que me faz bem.
Mas, sinceramente, me falta coragem para abrir mão e tomar as atitudes necessárias. Como eu faço para ter coragem? Por enquanto eu não sei. Mas eu venho refletindo sobre isso (principalmente escrevendo sobre essas questões, botando o que sinto, o que eu quero que mude e o que eu desejo que mude no futuro no papel) e buscando começar pequeno (fazendo pequenas modificações na minha vida e não grandes revoluções). O que eu sei nesse momento é apenas que eu não vou desistir. Pois eu já assumi o compromisso comigo mesma de me fazer feliz e realizada e não vou abrir mão disso.

Um ano de textos publicados diariamente!

Meta cumprida. Publiquei um texto por dia durante 365 dias.
Parabéns para mim!
Obrigada.
Foi muito importante esse processo. Acho que o hábito de escrever está criado, agora é só fazer a manutenção.
Eu aprendi muito neste ano sobre o meu processo de escrita.
E mudei muito também.
O nosso processo de escrita tem que ser respeitado. Em primeiro lugar, precisamos tomar conhecimento dele, ir experimentando, ver o que nos serve e o que não é para a gente. Depois, temos que respeitar esse processo e procurar aprimorá-lo. Tenho procurado também aplicar ele processo a outras áreas da minha vida. Exercícios físicos, por exemplo.
A gente não tem que se enquadrar no que está todo mundo fazendo (ou tentando fazer), temos que descobrir o que funciona para nós e mergulhar fundo. Sabe o que eu descobri que funciona para mim? (É um pouco embaraçoso, mas eu vou revelar). Colocar aulas de zumba e hip hop no youtube e dançar junto! Esse tipo de coisa sempre aparece em filmes toscos norte-americanos e em desenhos animados japoneses. Eu resolvi experimentar depois de rever um episódio de Dragon Ball na TV um dia desses – pasmem vocês! Dragon Ball na TV! – e, no episódio em questão, tinha um personagem assistindo aqueles vídeos de ginástica que mostram as pessoas malhando e você, supostamente, deveria acompanhar. Então eu pensei: cara, deve ter esse tido de vídeo só que de dança! E tinha! E o que eu amo fazer? Dançar! Eu já danço em casa normalmente, mas esses vídeos trazem movimentos específicos que servem para exercitar o corpo. Sem orientação eu geralmente apenas só faço me sacudir loucamente colocando as energias para fora. Meu canal favorito do YouTube desse tipo de coisa: https://www.youtube.com/user/superherofitnesstv.

Entender que para mim não serve ir para a academia, abriu espaço na minha vida para as atividades que eu realmente vou conseguir realizar e que vão me trazer satisfação. Por enquanto ainda não estou tratando essa atividade como um hábito, mas a partir de hoje, que já é uma data importante para mim por conta do niver do blog, eu vou estabelecer a meta de fazer exercício pelo menos uma vez por semana.
Esse é o segundo segredo. O primeiro é descobrir o que funciona para você. O segundo é começar pequeno. Eu sei que escrever um texto por dia não é exatamente pequeno, mas comparado ao que eu tinha em mente…. Que era escrever um texto foda todo dia, eu estabeleci um objetivo “pequeno”. Na verdade eu estabeleci que não existiriam regras para os textos que publiquei esse ano. Apenas que eu deveria publicar um por dia durante o ano. Mas não tinha regra de horário para escrever, para publicar, nem tamanho do texto, nem tema. Eu só queria sentar e escrever nem que fosse uma linha por dia. Além disso, escrever é a paixão da minha vida, fazer exercícios físicos não é. Então, começar pequeno, para mim, em termos de malhação, ou seja, passos para eu cumprir esta nova meta: o que funciona para mim é a dança e começar pequeno significa uma vez por semana por quinze minutos.
Por que eu estabeleci esta meta neste texto especificamente?
Porque eu decidi que meu “ano novo” vai ser 13 de Setembro de hoje em diante. Vai ser o dia das minhas resoluções. Não que eu não possa criar e me comprometer com novas metas em outros momentos, mas esta data se tornou simbólica para mim, por isso, eu vou procurar sempre fazer um upgrade na minha vida nesta época do ano.
A próxima questão é: o que fazer agora que a meta foi cumprida? Como vai ser a minha rotina de escrita de agora em diante? Eu vou fechar o Blog?
Bom, estou pensando em continuar me empenhando para escrever todos os dias, mas agora sem a pressão de ter isso como meta, o que vai significar, principalmente, sem horário. Como eu sou uma pessoa da noite, muitas vezes eu começo a ficar ativa lá para as dez da noite e aí eu ficcava com pouco tempo para escrever antes de dar meia noite. Agora, provavelmente, vão sair textos lá para a uma da manhã!
E sim, eu vou continuar escrevendo no Blog.
Eu tive uns insights valiosos ao longo deste processo. Eu percebi que eu posso nunca virar o Machado de Assis (sim, eu sonho alto, mas eu também sou flexível). Na verdade, eu percebi que fazer sucesso com a escrita pode sim significar que você é bom, mas isso não é necessário. Mergulhando mais nesse universo, eu conheci muita gente boa que não é famosa e não ganha dinheiro com a escrita, e muita gente que ficou rica e famosa escrevendo que não escreve bem. Então, escrever no Blog passou a ser suficiente para mim. Eu até pretendo publicar mais livros físicos (eu já tenho um livro físico publicado independentemente), mas isso vai ser consequência, não objetivo.
E eu não acredito nisso de que escritor de Blog não é escritor de verdade. Tem muita gente boa aqui no WordPress! Muita! A galera está de parabéns! Fazendo o paralelo com a malhaçao novamente, a idéia é querer estar saudável e não necessariamente ser bombadona.
O que me leva à última questão importante. Eu não me importo mais em ser uma “boa escritora”. Eu só quero escrever. Às vezes eu acho meus textos chatos, às vezes eu acho que eles estão ruins, às vezes eu acho que estão uma merda…. E, em outros momentos, eu acho os meus textos perfeitos! Mas em todas as vezes que eu escrevo, eu me sinto bem. E eu percebi que é isso que importa. Quando eu fico batendo cabeça tentando “melhorar” o texto, eu sinto que perco a naturalidade da coisa e um pouco do prazer o do sentido que isso tudo tem para mim. E, pior ainda, eu nem sei se consigo realmente melhorar o texto mesmo quando eu tento!
Não que eu não tenha me divertido estudando técnicas de criatividade e de produção literária. Eu amei! Quero continuar me aprimorando nesse aspecto. As técnicas são muito legais, inclusive para objetivos terapêuticos. E a cerejinha do bolo, a base do meu estudo da literatura, é a leitura e a própria prática de escrita.
Como foi para mim chegar até aqui? Maravilhoso. A escrita fez muito por mim. Muito mais do que eu imaginava. Eu cumpri a meta. Eu vou para sempre me lembrar dessa vez que eu consegui! Eu consegui! Eu me sinto mais capaz de criar e perseguir outros projetos. E eu vou fazer isso no futuro!
Como eu falei, isso não é uma despedida. Então, próximos passos: continuar escrevendo aqui no Blog, dando ainda mais asas à criatividade e exercitando a minha liberdade sobre a folha do papel!

Amanhã é dia de comemorar. 

Subindo e descendo num escorrega espinhoso e barulhento.
Brincadeira de criança que arranha e me faz enrugar a cara numa expressão de nervosismo.
Não sei de onde veio essa imagem. Do ápice da minha tensão.
Eu não acredito que vou concluir a meta. Sinto vontade de me sabotar de alguma forma. Parece que foi fácil demais, difícil demais, tudo ao mesmo tempo.
Mas deu tudo certo, apesar de toda a minha desconfiança. Talvez tenha dado certo porque o que não faltou foi comprometimento. Não foi fácil todos os dias e eu tenho certeza de que não será sempre fácil no futuro. Mas eu tenho que confiar nas minhas capacidades. Mesmo quando eu não confiei verdadeiramente, eu fingi. Fingi que sabia o que dizer, fingi que sabia quais eram as palavras certas, fingi que era isso mesmo que eu queria fazer da minha vida, fingi… Até voltar a ser verdade ena minha mente o que eu sempre sei em meu coração.
Amanhã vai ser um dia de comemoração apesar de tudo e eu sei que estarei muito feliz.
Espero conseguir dar os próximos passos. Continuar escrevendo e ampliando meus projetos. Sim, com esse grande acontecimento vêem grandes responsabilidades. Responsabilidade de continuar sonhando e perseguindo meus objetivos. Responsabilidade de não me decepcionar; não porque tudo tem que acontecer de uma determinada maneira, mas porque eu não posso mais deixar de lado as coisas que amo fazer. Responsabilidade comigo mesma em primeiro lugar. Em me fazer feliz e realizada.
E a palavra certa para este momento? Gratidão.

Coloque a caneta no papel e deixe a magia acontecer. 

Eu não posso negar que escrever me faz extremamente feliz. Escrever qualquer coisa. Colocar idéias no papel. Tidos os tipos de idéias; sonhos, mistérios, tesouros, unicórnios, tristezas e alegrias. Ou mesmo simples palavras. Palavras puras que fazem uma dança nova na nossa cabeça cada vez que as lemos. Palavras pequenas ou compridas, bonitas ou feias, dicionarizadas ou não. Toda palavra escrita me faz sorrir.
Quando eu começo a pensar em alguma coisa, não passa muito tempo, eu já estou com a caneta no papel, pois até pensar, eu penso escrevendo e falando alto.
Uma escrita espontânea, livre de qualquer tipo de preocupação. Desinibida e sem rodeios. Ultimamente não tão secreta quanto na época da adolescência quando eu escrevia em códigos na últimas páginas do caderno, pois muito disso vem sendo compartilhado aqui no Blog, mas tão significativa e profunda quanto. Uma escrita que me dá um frio na barriga maior do que andar em montanha-russa. 
É impressionante o fato de uma atividade tão simples dar tanto prazer. Eu fico boba. Assim como a leitura, a escrita é uma atividade que eu recomendo para todo mundo. Não importa o que você vai escrever, apenas coloque a caneta no papel e deixe a magia acontecer.

O domingo do feriado. 

Recarregando as baterias no feriado? Sim.
Passeando com os amigos e arrumando a casa para a próxima semana. É uma espécie de ritual. Me faz procrastinar, mas não tem problema. Não o passeio com os amigos, mas a coisa de arrumar a casa. É um saco. Eu odeio. Fazer faxina…. Esse tipo de coisa. Ok. Não tem como argumentar que não é necessário. Mas o serviço doméstico é tão infrutífero. Quando você termina de faxinar a casa in-tei-ra e vai tomar banho, pronto, já suja o banheiro! Aí, tem que comer alguma coisa, porque depois do dia de limpeza e arrumação o estômago fica nas costas, bum! Sujou a cozinha, já tem louça na pia de novo. Você vai para a sala assistir um pouco de TV para descansar, o cheiro de Veja já se foi.
Certa vez o telefone fixo aqui de casa deu problema. Meu marido abriu para ver se identificava o problema e se dava para consertar. Dava. E eu acompanhei o processo. Ele pegou a solda que usava no técnico na época do CEFET e mãos à obra. Telefone funcionando novamente. E está funcionando até hoje! Isso é gratificante. No entanto, depois desse dia em que consertamos o telefone, nós já limpamos a casa umas cinquenta vezes e ela continua sujando (é óbvio, eu sei, mas é revoltante)!
Enfim, de qualquer modo, eu não vou negar, é bom ver a casa limpa. E isso me ajuda a recarregar as energias. Ainda mais porque eu geralmente potencializo a limpeza com a minha versão do minimalismo: toda vez que faxinamos a casa, reduzimos a quantidade de coisas acumuladas. Isso me dá um certo alívio. Menos tralha dentro de casa.
Eu considero muito importante essa preparação para a semana. Como tivemos feriado, a organização da casa foi mais profunda, mas todo final de semana, especialmente no domingo, eu gosto de me preparar para a semana seguinte. Em todos os sentidos: física (dormindo até meio dia), emocionalmente (fazendo apenas coisas agradáveis) e em termos da organização da casa também (que não tem que estar brilhando, tem apenas que estar do jeito que eu gosto).
Assim, todos os meus domingos são fantásticos, na verdade, o domingo é o meu dia preferido da semana. E as minhas segundas feiras sempre começam bem. Eu realmente não tenho aquela aversão ao início da semana. Pelo contrário, todo início de semana, para mim, tem cara de primeiro de janeiro. Eu sinto que eu posso iniciar novos projetos, combinar de finalmente encontrar aquela pessoa que eu não vejo há algum tempo, tentar trabalhar melhor do que na semana anterior etc.
Esta semana, em especial, eu vou comemorar o aniversário de um ano do blog e estou super empolgada!
É bom se sentir feliz domingo a noite. Funciona como uma espécie de termômetro para a vida. Se você chega no domingo temendo o que está por vir, é bom repensar um pouco as coisas.

Sobre a reta final e agradecimentos. 

Quanto mais eu me aproximo do tricentésimo sexagésimo quinto texto, quanto mais perto do um ano de publicações diárias eu chego, mais eu sinto que tenho a dizer e a escrever. Novas idéias, novos projetos.
Eu ainda tenho muitas pessoas especiais a agradecer pelo apoio e carinho ao longo do projeto.
Hoje eu gostaria de mencionar essas pessoas.
Primeiro ao meu fantástico marido. Neste exato momento eu estou aqui em pé na porta da cozinha escrevendo enquanto ele termina o preparo do jantar. Sem esse apoio, ajuda e compreensão muitos destes textos não teriam sido possíveis.
Minha mãe, que leu TODOS os textos que eu escrevi. Revisou, comentou, sugeriu temas e, principalmente, me encorajou desde o início.
Minha sogra também acompanhou tudo muito de perto, sempre lendo e comentando. Muito obrigada pela dedicação. Todos os comentários foram muito importantes para mim.
Meus amigos queridos que sempre me animam quando a coisa aperta e que sempre oferecem apoio e incentivo. Alguns amigos em especial, Natalia, Rodrigo e Juliana participaram mais afundo nessa aventura. A gente ainda vai produzir literatura junto!
Minha Coach de escrita, Eliana, também foi muto importante nesse processo. Me mostrou a importância do comprometimento com a escrita e abriu meus horizontes. Me apontou numa direção que foi muito frutífera para mim. Sei que estamos afastadas, mas sinto que ainda temos mais histórias para viver.
Obrigada também a todos os que acompanham o trabalho. Muitas vezes, para mim, vocês são números nas estatísticas do blog, mas eu nunca nunca nunca esqueço que cada numerozinho é um leitor e eu quero que você saiba que você faz parte da minha vida. Você está presente a cada momento do meu processo. É uma relação intensa para mim. Eu tenho conversas e mais conversas imaginárias com você, leitor, nas quais me emociono, agradeço elogio, choro com as críticas e defendo minhas idéias. Sem você esse trabalho teria muito menos sentido e seria bem menos divertido e desafiador.
Eu sei que este texto está com cara de despedida, mas não é disso que se trata. No entanto, este é sim o encerramento de um ciclo.
Estamos na reta final desta temporada (espero que não de uma temporada como as de Lost – que começa bem e termina chata e sem sentido e sim de uma série boa como Breaking Bad), mas estamos longe do fim da série.

Mude sua maneira de ver a vida ou mude a própria vida. 

Quando eu vou trabalhar na Barra da Tijuca, ou em qualquer outro lugar longe da minha casa, existem algumas opções de trajeto para mim, utilizando transporte público. Todas elas são extremamente agradáveis.
A monotonia é apenas aparente, é para aqueles que não sabem apreciar o mundo. Na verdade a vida, tanto dentro quanto fora da minha cabeça, é extremamente rica.
Basta parar e prestar atenção à natureza ao redor, quando você está subindo de ônibus o Alto da Boa Vista, que você vai ter uma impressão diferente em cada viagem.
Indo de metrô, aproveite para ler um bom livro, seja o livro físico seja um e-book. Nem preciso falar, não é? Quem lê vive mil vidas em uma. Outra opção muito interessante é ouvir música. Músicas animadas, emocionantes…. Diferentes tipos de música, para cada ocasião, cada estado de espírito… Elas vão enriquecer a sua viagem além de proporcionar fortes emoções.
Quando você consegue sentar e está muito cansado (se você não estiver paranóico com a violência da cidade), você também pode investir naquele cochilo. Compre aquele colar para apoiar o pescoço para melhorar a qualidade dessas sonecas. Aí sim elas terão potencial para serem verdadeiramente revigorantes!
Se você passa esse tempo dirigindo, a esperança para você não está perdida. O investimento pesado em música e audiobooks vão salvar sua vida!
Quem gasta muito tempo em viagens e engarrafamentos na cidade, não pode se dar ao luxo de desperdiçar essas horas valiosas. Você está jogando a sua vida no lixo quando fica lamentando o fato de ter que passar esse tempo no trânsito. Se você achar que nenhuma das opções acima é viável para você, mude de emprego ou de casa. Sofrer, não vale a pena. Faça um favor a si mesmo: mude sua maneira de ver a vida ou mude a própria vida.
Eu me concentrei em falar neste texto especificamente sobre o trânsito, pois é um fator relevante da vida no Rio de Janeiro. Mas a idéia vale para todas as coisas que nos geram insatisfação. Pense nisso.

Hospital. Parte III.

Acordei ainda no centro cirúrgico. Depois da cirurgia, ainda bem. Tremendo loucamente e me coçando inteira. Não lembro o que eu falei, mas lembro que comecei a falar sem parar. Me reasseguraram dizendo que eu podia me acalmar e eu respondi que, por favor, se não fosse incomodar, eu gostaria de continuar falando. A médica vinha e ia e falava alguma coisa comigo também, mas eu tampouco me lembro das coisas que ela disse. A primeira coisa que eu recordo especificamente foi de ter tomado uma injeção uma perna com um anti-alérgico. Depois, o medo de fazer xixi ali na mesa de operação. Correram para me pegar uma comadre. Difícil fazer xixi no meio de todo mundo, mas depois de um pouco de concentração eu consegui. Será que isso é normal? Todo mundo acorda ali assim naquela situação?
Com o tempo, tudo foi passando. Eu não sei dizer se eu estava realmente nervosa naquele momento, talvez sim, ou se eram só reações físicas. Eu acho que eu acordei com a sensação de que havia algo errado, embora eu não entendesse o que estava acontecendo. Foi tudo muito tenso e desagradável.
A anestesista me disse que eu havia sofrido uma reação alérgica, mas que já estava tudo bem. Ela foi embora, eu ainda estava no centro cirúrgico.
Tive que ficar a noite no hospital em observação por conta disso.
Eu acho que eu teria ficado no quarto refletindo sobre a vida e a morte se eu não tivesse dormido até o dia seguinte de manhã. Acordei para comer e fazer xixi e ponto. Sem ânimo para reflexões filosóficas.
Parece que em uma cirurgia passada eu devo ter tido alguma pequena reação alérgica que os médicos ou não me informaram ou nem sequer perceberam. Essas reações alérgicas são assim: a cada vez que você tem, acumula anticorpos e aí, da próxima vez a reação alérgica é pior. Então, dessa vez eu ainda não tive nada crítico, aparentemente, da próxima vez pode ser muito, muuuuito pior. Ela recomendou que eu procurasse um alergista para investigar melhor essa situação.
Agora, na parte da reflexão filosófica, sinceramente parece meio irreal que algo de errado tenha acontecido. É tudo muito pouco palpável, pouco concreto. Difícil refletir sobre essas coisas. Eu estava desacordada quando algo no meu corpo deu problema. O que pensar a respeito disso? Se não fosse por ter acordado daquele jeito, para o meu conhecimento, nada teria acontecido. Esquisito demais.
Não sei o que pensar a respeito. A cirurgia foi um sucesso? A situação foi ou não foi grave? Eu deveria sentir que voltei à vida?
Não sei de nada disso. A experiência parece escorrer pelo meio dos dedos quando eu tento pensar sobre ela.
A diferença que tudo isso fez e vai fazer ainda na minha vida é majoritariamente devida à dor original. A dor da bartolinite que me levou ao médico em primeiro lugar. A médica disse que era algo genético. Não foi nada que eu fiz que me levou a ter isso, não há nada que eu posso fazer para evitar ter de novo, mas eu certamente sinto que preciso fazer algumas mudanças na minha vida. Minha próxima tarefa é continuar dando passos nessa direção.
Saí do hospital apenas com essa certeza de que algo precisa ser feito. Alguma coisa precisa acontecer de diferente do que tme acontecido. Espero manter essa convicção por tempo suficiente para que as mudanças realmente aconteçam. O primeiro passo agora é descobrir o que e como eu tenho que reorganizar na minha vida. Depois, eu tenho que agir.