Aniversário de onze meses do Blog.

Cumprimos onze meses da meta. Podemos começar a contagem regressiva.
Acho que atualmente eu já posso falar alguma coisa sobre o alcance de metas.
Nem sempre é fácil. Então a primeira coisa é alinhar a sua meta com o que você realmente valoriza e deseja para a sua vida. Metas que vão contra seus valores ou que não dão vazão aos seus verdadeiros desejos não vão sair do papel. É necessário empenho, dedicação e, algumas vezes, abrir mão de algumas coisas em prol do cumprimento da meta. Se você estiver insatisfeito com o que você está perseguindo, vai ter problemas e pode fracassar no seu objetivo.

Antes de definir sua meta pense:

1- O que eu quero para o meu futuro?
2- Como esta meta vai me deixar mais próxima deste objetivo?
3- Ela vi contra algum dos meus princípios?
4- Do que eu vou ter que abrir mão para cumprir esta meta?

Se a resposta para alguma dessas perguntas não te agradar, reformule a meta.
Para mim, a meta de escrever todo dia faz muito sentido. Eu gosto de escrever. Muito. Queira fazer algo que me fizesse aprimorar esta habilidade e que me fizesse me considerar escritora. Isso é algo importante para mim, que eu valorizo. Escrever todo dia era o que eu achava que precisava para poder me olhar desta maneira. A escrita fez parte e é muito presente na minha vida até hoje. E eu não me imagino sem isso no futuro. Então você pode ver como eu me dedico a este objetivo com muito amor e determinação. Nem todo dia é fácil (na maioria deles é difícil), mas a recompensa é enorme. No meu cálculo, vale muito a pena o sacrifício. Quando eu começo a escrever, quando eu vejo um texto rascunhado, quando ele fica pronto. Aprecio todas as partes do processo. É por isso que esta meta eu consigo cumprir.
Mais um mês e vou completar um ano de textos diários. Está na hora de começar a fazer um balanço desta empreitada e de pensar no futuro.
Todas as metas são assim. Depois de cumpridas, temos que fazer um balanço do que alcançamos e de programar os próximos passos.

Psicologia positiva e Coaching: sobre a dificuldade de estabelecer e alcançar metas. 

Como é esse negócio de cumprir metas? Este é um assunto extremamente atual. Todo mundo tem uma meta, seja de malhar três vezes por semana… Melhorar a alimentação… Fazer aquela faculdade ou pós-graduação… Comprar um carro ou apartamento…. E as pessoas estão falhando em cumprir suas metas.
Eu fiz formação em Psicologia Positiva aplicada ao Coaching e atualmente, uma parte importante do meu trabalho no consultório, é o de ajudar as pessoas a estabelecer e alcançar suas metas.
Mas percebemos que trabalhar com metas não é tão fácil assim para muitas pessoas. Nesse texto é justamente essa dificuldade que eu quero abordar.
Por que as pessoas têm tantas dificuldades nesse processo? Alguns dos principais fatores que interferem no alcance das metas são:

1- Mudar os planos no meio do caminho: ao estabelecer uma meta, temos que evitar mudar de idéia é ir até o final. Quando mudamos de idéia muitas vezes não vamos conseguir cumprir a meta, pois nuca vamos investir nela por tempo suficiente. Mas, se você é como eu e não consegue fazer uma coisa só de cada vez, não tem problema. Você pode acumular metas, isso não é a mesma coisa que mudar de meta e abandonar um caminho pela metade.

2- Investir em metas que vão contra seus valores, princípios, propósito: não rola mudar a meta o tempo inteiro, você não vai chegar a lugar nenhum, mas se você escolheu uma meta que está te fazendo miserável, abandone-a, pelo amor de Deus!!! Sem culpa, sem remorso!!! Parte para outra porque essa meta que te traz majoritariamente emoções negativas, vai sugar toda a sua energia e a sua vontade de viver. Então, se este for o caso, desiste. Ok?

3- Reorganize a sua vida levando a meta em consideração: não vai dar certo perseguir uma meta, por exemplo, de ficar mais tempo com a sua família, se você não terminar aquela pós-graduação primeiro. Ou seja, ou seus recursos de tempo e dinheiro são limitados, portanto, seu planejamento de metas deve levar a sua disponibilidade de recursos em consideração. Eu público no Blog todos os dias e estou investindo no meu trabalho no consultório e como professora de pós-graduação. Quero me destacar no trabalho. Essas metas na área de lazer e ocupacional (trabalho e estudo) tomam atualmente grande parte dos meus recursos. Ano que vem, eu vou focar em outras duas áreas da vida. (Só para matar a curiosidade, as áreas básicas da vida são seis: ocupacional, patrimonial, lazer, saúde, espiritualidade, afetivo-emocional). Mas não dá para focar em tudo ao mesmo tempo. Não tem recurso para isso.

4- Falta de motivação: perseguir metas exige sacrifícios e dedicação. Se você não está tão motivado assim, vai ser difícil manter o pique. Então, saber claramente o que você vai ganhar ao atingir a meta e se sentir extremamente atraído por esse resultado é fundamental. Eu quero muito, muito, muito ser reconhecida na minha área, isso me dá forças para passar por mestrado, doutorado, pós-graduação, várias monografias etc. Porque eu acredito que ser reconhecido na própria área começa com competência (e depois passa por um bom marketing pessoal, não há como negar isso). Não é fácil. Mas o que eu vou alcançar é uma das coisas mais importantes do mundo para mim. Por isso eu vou seguindo (às vezes com a força do ódio, é verdade, mas, na maioria das vezes, com imensa alegria).

Ache sua motivação, avalie seus valores e veja se suas metas estão de acordo com eles, distribua seus recursos, organize sua agenda, assim você vai aumentar significativamente a chance de obter sucesso para com suas metas!!!

Quais são os seus valores?

Saber os nossos valores é algo fundamental no caminho do autoconhecimento e da felicidade. Acreditamos atualmente que quando a nossa vida está alinhada com nossos valores, vivemos de maneira muito mais completa e plena.

Existem inúmeros exercícios para nos ajudar a descobrir nossos valores fundamentais. Uma ferramenta que pode nos auxiliar nesta descoberta é a LISTA DE VALORES. A partir desta lista podemos realizar 1001 atividades. Um exercício simples consiste em escolher 10 valores da lista que você acha que te representam. Vocês encontram várias dessas listas pela internet. Esta que segue a baixo é uma que eu gosto muito. Ela trabalha com termos amplos, pouco específicos, por isso nos permite fazer um intenso trabalho de reflexão em cima do que ela traz de sugestão.

Os valores desta lista não são os únicos. De modo que ela serve mais como instrumento de inspiração do que como um guia fechado na descoberta dos nossos valores.

Você sabe quais são os seus valores?

 

1-                   Abundância

2-                   Aceitação

3-                   Acessibilidade

4-                   Realizações

5-                   Acurácia

6-                   Reconhecimento

7-                   Conhecimento

8-                   Conquistas

9-                   Adaptabilidade

10-               Ser ativo

11-               Adoração

12-               Habilidade

13-               Aventura

14-               Afeto

15-               Abundância

16-               Agressividade

17-               Agilidade

18-               Estar sempre alerta

19-               Altruísmo

20-               Ambição

21-               Antecipação (pensar no futuro procurando antecipar possíveis acontecimentos)

22-               Divertimento

23-               Apreciação

24-               Articulação

25-               Abordabilidade

26-               Assertividade

27-               Estar alerta

28-               Confiança

29-               Ser atencioso

30-               Atratividade

31-               Audácia

32-               Disponibilidade

33-               Estar consciente (awareness)

34-               Temor

35-               Equilíbrio

36-               Beleza

37-               Ser o melhor

38-               Pertencimento

39-               Benevolência

40-               Bem-aventurança

41-               Ousadia

42-               Bravura

43-               Brilhantismo

44-               Flutuabilidade

45-               Calma

46-               Camaradagem

47-               Candura

48-               Capacidade

49-               Cuidado

50-               Cautela

51-               Celebridade

52-               Certeza

53-               Desafio

54-               Caridade

55-               Charme

56-               Castidade

57-               Alegria

58-               Clareza

59-               Limpeza

60-               Lucidez

61-               Esperteza

62-               Proximidade

63-               Conforto

64-               Comprometimento

65-               Compaixão

66-               Compostura

67-               Fechamento

68-               Concentração

69-               Confiança

70-               Conformidade

71-               Congruência

72-               Conexão

73-               Ser consciencioso

74-               Consistência

75-               Contentamento

76-               Continuidade

77-               Contribuição

78-               Controle

79-               Convicção

80-               Sociabilidade

81-               Calma

82-               Frieza

83-               Indiferença

84-               Ser descolado

85-               Cooperação

86-               Cordialidade

87-               Justiça

88-               Estar certo

89-               Coragem

90-               Cortesia

91-               Criatividade

92-               Astúcia

93-               Malícia

94-               Credibilidade

95-               Sagacidade

96-               Curiosidade

97-               Atrevimento

98-               Decidido

99-               Decoro

100-           Deferência

101-           Prazer

102-           Deleite

103-           Segurança

104-           Confiabilidade

105-           Profundidade

106-           Desejo

107-           Determinação

108-           Devoção

109-           Adoração

110-           Destreza

111-           Dignidade

112-           Diligência

113-           Direção

114-           Direcionamento

115-           Disciplina

116-           Descoberta

117-           Discrição

118-           Critério

119-           Diversidade

120-           Dominação

121-           Domínio

122-           Ser sonhador

123-           Ser motivado

124-           Dever

125-           Dinamismo

126-           Economia

127-           Avidez

128-           Êxtase 

129-           Educação

130-           Efetividade

131-           Eficiência

132-           Elação

133-           Elegância

134-           Empatia

135-           Encorajamento

136-           Resistência

137-           Resiliência

138-           Energia

139-           Satisfação

140-           Entusiasmo

141-           Excelência

142-           Excitação

143-           Conveniência

144-           Exultação

145-           Expectativa

146-           Experiência

147-           Perícia

148-           Exploração

149-           Expressividade

150-           Extravagância

151-           Extroversão

152-           Introversão

153-           Exuberância

154-           Equidade

155-          

156-           Fama

157-           Família

158-           Fascinação

159-           Moda

160-           Destemor

161-           Ferocidade

162-           Fidelidade

163-           Violência

164-           Furor

165-           Independência financeira

166-           Firmeza

167-           Estabilidade

168-           Magreza

169-           Estar em forma

170-           Esbelta

171-           Flexibilidade

172-           Fluxo (estar imerso em uma atividade)

173-           Fluência

174-           Foco

175-           Fortitude

176-           Franqueza

177-           Liberdade

178-           Amistosidade

179-           Frugalidade

180-           Diversão

181-           Galanteria

182-           Generosidade

183-           Gentileza

184-           Doação

185-           Graça

186-           Gratidão

187-           Espírito gregário

188-           Crescimento

189-           Orientação

190-           Felicidade

191-           Harmonia

192-           Saúde

193-           Âmago

194-           Presteza

195-           Heroísmo

196-           Socralidade

197-           Santidade

198-           Honestidade

199-           Honra

200-           Esperança

201-           Hospitalidade

202-           Humildade

203-           Humor

204-           Higiene

205-           Imaginação

206-           Impacto

207-           Imparcialidade

208-           Independência

209-           Empreendedorismo

210-           Ingenuidade

211-           Inquirição

212-           Insight

213-           Inspiração

214-           Integridade

215-           Inteligência

216-           Intensidade

217-           Intimidade

218-           Intrepidez

219-           Intuição

220-           Dedução

221-           Inventividade

222-           Investimento

223-           Envolvimento

224-           Maravilha

225-           Sensibilidade

226-           Retidão

227-           Doçura

228-           Agudeza mental

229-           Cultura

230-           Liderança

231-           Aprendizagem

232-           Liberação

233-           Vivacidade

234-           Privilégio

235-           Lógica

236-           Longevidade

237-           Amor

238-           Lealdade

239-           Majestade

240-           Grandiosidade

241-           Fazer a diferença

242-           Maestria

243-           Maturidade

244-           Mansidão

245-           Suavidade

246-           Meticulosidade

247-           Atenção plena

248-           Modéstia

249-           Motivação

250-           Mistério

251-           Natureza

252-           Organização 

253-           Energia

254-           Obediência

255-           Ter a mente aberta

256-           Ser aberto

257-           Otimismo

258-           Ordem

259-           Originalidade

260-           Espanto

261-           Ser ultrajante

262-           Paixão

263-           Paz

264-           Perceptividade

265-           Perfeição

266-           Impertinência

267-           Perseverança 

268-           Persuasão

269-           Persistência

270-           Filantropia

271-           Piedade

272-           Ser brincalhão

273-           Ser agradável

274-           Gozo

275-           Erotismo

276-           Polimento

277-           Popularidade

278-           Potência

279-           Poder

280-           Praticidade

281-           Pragmatismo

282-           Precisão

283-           Prontidão

284-           Presença

285-           Privacidade

286-           Proatividade

287-           Profissionalismo

288-           Prosperidade

289-           Prudência

290-           Pontualidade

291-           Pureza

292-           Razão

293-           Razoabilidade    

294-           Realismo

295-           Ser reconhecido

296-           Refinamento

297-           Reflexão

298-           Meditação

299-           Relaxamento

300-           Religiosidade

301-           Desenvoltura

302-           Respeito

303-           Descanso

304-           Restrição

305-           Reverência

306-           Sacrifício

309-           Sanguíneo

310-           Autocontrole

311-           Egocentrismo

312-           Autoconfiança

313-           Sensitividade

314-           Redenção

315-           Autosacrifício

316-           Sensualidade

317-           Serenidade

318-           Serviço

319-           Subserviência

320-           Sexualidade

321-           Compartilhar

322-           Significado

323-           Perspicácia

324-           Propósito

325-           Silencia

326-           Simplicidade

327-           Sinceridade

328-           Inocência

329-           Solidariedade

330-           Solidão

331-           Sabedoria

332-           Velocidade

333-           Espiritualidade

334-           Espontaneidade

335-           Brio

336-           Discrição

337-           Quietude

338-           Força

339-           Estrutura

340-           Sucesso

341-           Suporte

342-           Supremacia

343-           Surpresa

344-           Simpatia

345-           Sinergia

346-           Trabalho em equipe

347-           Temperança

348-           Rigor

349-           Parcimônia

350-           Oportunidade

351-           Tradição

352-           Tradicionalismo

353-           Tranquilidade

354-           Transcendência

355-           Verdade

356-           Compreensão

357-           Ser único

358-           Unidade

359-           Utilidade

360-           Incapacidade

361-           Valentia

362-           Variedade

363-           Vitória

364-           Vigor

365-           Virtude

366-           Visão

367-           Vitalidade

368-           Calor

369-           Entusiasmo

370-           Vigilância

371-           Riqueza

372-           Obstinação

373-           Disposição

374-           Predisposição

375-           Deslumbramento

376-           Juventude

377-           Zelo

378-           Sutileza

 

 

  • Tive acesso a esta lista de Shelley Klammer em seu curso “100 Days of Art Journal Therapy” (link: https://www.expressiveartworkshops.com/expressive-art-e-courses/100-days-of-art-journal-therapy/), que eu super recomendo!

“Por onde andam meus pés”? Dia 7.

Bem assim, um pé dentro e um fora de casa. Simbólico do modo como eu passei meu dia.
Esse clima de fim de ano…
Eu tenho um amigo que disse que começa a sentir os ares mudando no início de dezembro. Eu só sinto isso agora, entre o Natal e o Ano Novo. Ainda bem. Porque eu acho esse clima um saco.
Por um lado a empolgação com o ano que começa, por outro a vontade de ficar de bobeira o dia todo, um pé no ano novo e um no ano velho.
Parece que fica tudo em suspenso. Como quando você espera o fim de semana acabar para começar uma dieta na segunda feira.
Eu tenho pensado nas minhas metas para o ano que vem.
Já tenho alguns planos esboçados, alguns desejos. Nada ainda muito decisivo.
Estabelecer metas não é algo leviano. Quando estabelecemos metas sem responsabilidade e determinação, acabamos não conseguindo cumprí-las e ficamos desmotivados.
Ao estabelecer metas devemos ter cuidado para manter o equilíbrio em nossa vida e para não irmos contra os nossos valores.
Não podemos estabelecer metas sem um período de reflexão antes, mas depois de estabelecida a meta, temos que estar com os dois pés dentro.

Então imagine o seguinte: imagine que você está em um campo minado. Há um caminho marcado nesse campo por onde dizem que é seguro atravessar. Mas, quem sabe? Você não tem certeza dessa informação. O que faria você atravessar esse campo?

Normalmente esse tipo de experimento mostra as áreas da sua vida que você mais valoriza. E dá muito certo estabelecer metas para essas áreas da vida.
O problema é que geralmente adotamos metas externas, sociais, e acabamos frustrados e se força de vontade para continuar buscando a sua realização.
Você por acaso viu do outro lado do campo minado você mesma, saradona, em roupa de banho? Não? Talvez emagrecer seja para você uma meta socialmente imposta. Confie em mim. Torne-se uma pessoa mais satisfeita com a sua vida e o seu corpo em primeiro lugar. E depois emagrecer vai ser mais fácil SE isso ainda for uma questão para você.
Assuma o compromisso de perseguir as suas próprias metas no ano que vem e seja mais feliz em 2018! Os dois pés dentro!

“De S. a K.”.

Já escrevi alguns textos no blog sobre blackout poetry. Você pode vê-los  aqui e aqui.

Pois é… Hoje eu tive um dia bem tenso e estressante e não estava me sentindo muito bem quando cheguei em casa depois de passar o dia inteiro na rua cumprindo obrigações que eu ainda não sei muito bem a qual propósito vão servir na minha vida. Quando cheguei em casa, pensei no blog e eu ainda não tinha preparado o texto de hoje. O que melhor para se fazer, depois de um dia estressante, do que passar algum tempo fazendo algo que vai te fazer se sentir bem? (Lembra do texto de ontem? Eu realmente uso aquele modelo de tabela para pensar sobre a minha vida. Com o hábito, eu já nem sempre preciso desenhá-la no papel, eu apenas mantenho-a em mente para avaliar os meus dias). Tendo isso em visto, eu pensei que o texto de hoje deveria ser especialmente terapêutico para mim.  Neste momento tive um insight! Vou cutucar a minha dissertação!

Eu sei! Não parece nada terapêutico! Mas isso é porque você ainda não fez blackout poetry na sua dissertação. Foi libertador!

Eu ainda pretendo fazer nela inteira. Hoje foi só o primeiro passo.

E eis como ficou o resumo da minha dissertação… (Orientador, caso o senhor esteja lendo isso, saiba que a blackout poetry não é desrespeitosa com o texto, pelo contrário: é uma forma potente de apropriação da escrita do autor. E deus sabe que os estudantes universitários sofrem com o sentimento de desconexão em relação ao resultado dos seus trabalhos acadêmicos. Eu ainda vou realizar uma oficina com ex-estudantes de pós-graduação só para fazer trabalhos artísticos terapêuticos com as teses e dissertações. Quem tiver interesse… inbox!).

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de s a k

A intenção da “pintura” de ontem.

Ontem eu fiz um texto psicodélico (não estou mentindo, veja aqui), coisa que eu não costumo fazer.
Quando eu leio narrativas das quais eu não consiga retirar um sentido explícito (algo que faça sentido para mim, não falo nada da intuição do autor), eu fico desconfortável. Sinceramente, prefiro narrativas racionais.

Por isso mesmo acho que o exercício de ontem foi bom e talvez eu faça mais dele no futuro.
Por enquanto eu vou ser indulgente com as minhas necessidades racionalistas e vou discorrer sobre o sentimento que me dominou ontem.

A filha de uma amiga minha de infância adoeceu e, apesar de eu não ter falado com esta amiga nos últimos dias, fiquei apreensiva, torcendo pela saúde da menina e pensando na barra que minha amiga devia estar passando.
Foi quando me dei conta do quanto a gente cresceu.

A gente: a galera que ficava no meu portão comendo brigadeiro caseiro da mesma colher e dividindo uma garrafa Pet de água.

E a gente cresceu muito.

Cresceu e nossos universos sedimentaram de um modo que, ontem, me pareceu total e indestrutível.

Na infância e na adolescência, eu experimentei um milhão de atividades diferentes: dança, luta, língua japonesa, canto e por aí vai. Todas as carreiras e estilos de vida possíveis estavam ao meu dispor.

Conforme eu fui envelhecendo, conforme todos nós fomos envelhecendo, fomos fazendo escolhas aparentemente mais marcantes e duradouras. Fomos deixando de enxergar caminhos possíveis onde antes víamos algo que estava ao alcance da mão.

Acho que ontem, pensando na situação da minha amiga com a filha doente (que já melhorou e está toda serelepe novamente), eu olhei para as nossas vidas, a minha e a dela e de todos nós que crescemos juntos nas últimas décadas e perdi a esperança de que um mínimo dessa liberdade aguada que a gente prova no dia a dia fosse sobreviver ao peso das escolhas que fomos fazendo e das portas que fomos fechando. Como se outras vidas já não fossem possíveis (ou como se achássemos mesmo impossível desejarmos outras coisas).

A salvação foi que eu me lembrei de uma pergunta escrota que fizeram para um colega meu há uns dois anos atrás. Disseram: “Vem cá, o que há para se esperar da vida depois dos trinta além da morte”?

A resposta dele foi digna de um sábio oriental. Ele, com uma extrema sensibilidade, se lembrou das próprias angústias dos vinte e poucos anos, quando ele mesmo achava que era isso aí mesmo que a vida ia ser para sempre. A revelação foi que ele sentiu tudo mudar depois dos trinta. Ele sentiu um ânimo novo e impetuoso. Sentia que a vida estava só começando e que tudo era possível novamente.
Eu acrescentaria ainda, depois de parar para refletir sobre a resposta dele e observar as gerações anteriores a minha, que a vida recomeça a cada nova década.

Passamos por pequenas renovações anuais, mas o que me parece é que as pessoas, ao adentrarem uma nova década de vida, são sempre tomadas por um novo fôlego, um novo olhar para o futuro. E aquela liberdade pálida ganha corpo e se torna um universo de possibilidades tão rico quanto aquele que vislumbramos embasbacados éramos adolescentes.
A diferença é que, quando a gente envelhece, a gente tem talvez ainda mais meios de escolher seguir um desses caminhos que nos der na telha.

O único vilão que temos que combater é a nossa própria prisão mental que nos diz que o mundo aberto da juventude ficou para trás e que estamos presos às escolhas que fizemos pelas responsabilidades que adquirimos ao longo da vida.

Não falo de jogar tudo para o alto irresponsavelmente. Falo de acreditar em si mesmo, avaliar nossos recursos e possibilidades e nunca se deixar convencer de que “é isso aí mesmo e a vida nunca vai ser mais do que isso”.

Tenho o pé no chão ainda que esteja defendendo este discurso de esperança de que tudo vai ficar bem no final. Esse discurso não pode mais ser feito sem pensarmos nos preconceitos: machismo, racismo, LGBTfobia e todos os outros preconceitos que oprimem e matam pelo país afora. Existem posições desfavorecidas na nossa sociedade que dificultam em muito a busca de novos caminhos e alternativas. Dificultam verdadeiramente, sem espaço para o blá blá blá ridículo do “se se esforçar consegue”. Ainda assim, afirmo que há esperança. Esperança que muitas pessoas vão encontrar na luta por melhores condições de vida, igualdade, dignidade; esperança numa revolução. Estes são os agentes da mudança não apenas da vida própria, mas também são agentes de uma mudança há muito devida para todos. O que eu quero defender é que todo mundo tem que ter o direito de tentar ser feliz nesta vida e se sentir realizado de alguma forma.

Portanto, procure saber o que te motiva, se agarre a isso e siga em direção à mudança ou em direção à luta pela possibilidade da mudança. Vai te fazer bem.

Doidera, não é? Mas era este o raciocínio por detrás do quadro que eu gostaria de ter pintado (realmente pintado, com tinta e tudo) ontem e não consegui. Faz sentido para você?

 

Sobre a desistência.

 

Desistir é a coisa mais prática que eu poderia fazer neste momento.

Prática. Note que eu não disse fácil.

Às vezes parece que desistir das coisas é a saída mais fácil. Eu não sei como essa ideia nasceu e se solidificou no imaginário popular. As pessoas tendem a dizer que desistir das coisas é fácil. De chamar as pessoas que desistem de fracas. Mas isso não é nem de longe uma verdade absoluta.

Essa ideia perniciosa mantém pessoas que já deveriam ter se separados há muito tempo em péssimas relações interpessoais, pois elas acham que desistir não é a saída. Desistir de fazer uma relação fracassada funcionar é, muitas vezes a melhor saída. Pode impedir que uma mulher apanhe de seu marido algumas vezes.

Desistir de uma graduação que não está te fazendo bem e que não é o que você deseja para o seu futuro para seguir outro rumo pode ser uma decisão muito saudável.

Pode ser que desistir, de fato, não seja uma opção viável em muitas situações (“Como eu vou alimentar meus filhos se eu me separar do meu marido?” ou “Eu não tenho dinheiro para pagar uma nova faculdade”), mas isso não quer dizer que desistir não seria a melhor saída em algumas situações.

Por outro lado, desistir pode sim ser muito ruim. Quando você desiste de perseguir um sonho porque você se sente incapaz de realizá-lo, quando você desiste de lutar pela sociedade que na qual você acredita por falta de esperança de que as coisas vão mudar, quando você desiste de si mesmo porque se acha uma merda.

É esse sentimento de impotência e de falta de confiança em nós mesmos e nas pessoas que temos que conseguir mudar. E não a desistência em si. Temos que continuar desistindo das coisas que nos fazem mal.

Quando desistimos das coisas que amamos, das coisas que nos são caras, o ato de desistir não causa alívio, causa dor. Causa muita dor.

Desistir de coisas que são realmente importantes para você deixa uma sensação de amargo no peito. É um peso enorme carregar a sensação de que você desistiu de uma coisa que era importante para você.

Você, contudo, não é um fracassado, ou fraco, por causa disso, você só nunca foi ensinado a confiar e acreditar em si mesmo. Quase nenhum de nós foi.

Portanto, se você vier me dizer que desistir é fácil; discordo. Mas quanto a ser prático… essa é a maior verdade.

Estou eu aqui, escrevendo, sábado à noite. Nada me impede de simplesmente não escrever.

Certamente seria muito mais prático do que ficar aqui sentada pensando no que escrever, me perguntando se alguém vai ler, me perguntando se as pessoas vão gostar, me perguntando se vão odiar, o que vão pensar de mim, será que isso pode afetar minha carreira profissional etc.

Mas será mesmo que isso é verdade? Será que é mais prático desistir?

Se eu não estivesse escrevendo eu estaria me perguntando que tipo de texto eu poderia estar escrevendo, que universos e personagens eu poderia ter criado, que tipo de escritora eu poderia ter sido.

Talvez essas inquietações e frustrações estivessem diminuindo muito mais a minha qualidade de vida e atrapalhando a execução das minhas tarefas cotidianas. Quando eu estou me sentindo deprimida e frustrada eu não funciono muito bem.

Eu já fiz isso de não escrever por muito tempo (como eu bem já contei para vocês aqui). Agora tenho a impressão de que não posso fazer outra coisa que não escrever. Mesmo quando eu não sei o que dizer, mesmo quando eu estou sem paciência, mesmo quando me dizem que escrever em blog não ajuda ninguém a se tornar um escritor (principalmente se você quiser ser “louvado na academia”).

A vida sem esses grandes propósitos de se tornar alguém admirável seria muito mais agradável e menos estressante.

Alguém que não desiste, alguém que consegue fazer tudo na vida funcionar, estudos, trabalho, família, amigos, yoga, salada, exercícios, lazer, cultura, vida emocional. Foda-se! Essa pessoa não existe.

E está tudo bem com o fato de ela não existir. Essa é a pessoa ideal de uma ideologia de merda. O jovem-adulto, geração saúde, bem-sucedido e inteligente no sentido tradicional e emocional. E, não se esqueça, o ponto fundamental é que você tem que livremente escolher ser todas essas coisas. Você precisa se conscientizar da importância de ser assim. É aí que começa o seu sucesso.

Nesse universo desistir é sinal de derrota.

Qual é a sua desculpa? Se lembra desse slogan?

Parece que “ser alguém na vida” e “ser notado” são os únicos propósitos contemporâneos. Os órgãos de fomento devem pensar assim para nos obrigar a colocar nossos nomes em tantos artigos.

Eu quero que a escrita ocupe outro lugar na minha vida.

Escrevo porque quero escrever e escolho fazer isso no lugar de fazer outra coisa. Essa é uma escolha que eu tenho tido que fazer todos os dias. Às vezes me pergunto no que isso vai dar, quando eu vou parar, em um ano? Dois? Às vezes eu relaxo e sigo o fluxo dos meus desejos.

Essa tem sido uma sensação cada vez mais recorrente para mim. Com o trabalho… Com o doutorado… Com as minhas pendências emocionais.

Resumindo, as únicas coisas que você precisa saber são as seguintes: você tem que desenvolver confiança em si mesmo (essa é, sem dúvida, a lição mais importante); você pode e deve desistir do que estiver te fazendo mal; e não tem problema nenhum no fato de você ser um jovem-adulto, geração saúde, bem-sucedido e inteligente no sentido tradicional e emocional, contanto que você saiba que o seu coleguinha do lado não está errado se ele não fizer essa mesma opção, porque você não é o dono da verdade, você apenas possui certos valores, que não são eternos nem imutáveis, dos quais nem todas as pessoas compartilham.

 

Dança! E valores. 

Minha primeira apresentação de dança do ventre depois de muito tempo aconteceu hoje de noite.

Eu cheguei no teatro atrasada.

Pois é. Tinha um monte de coisas para fazer durante o dia e eu não queria (nem podia muuuuito também) abrir mão de nenhuma delas… Aí fui me enrolando… Senti que estava fazendo tudo meio que pela metade.

O ponto é que eu estava pegando o ônibus na hora em que deveria estar chegando no local da apresentação. Dinheiro para uber não tinha, então, fazer o que? Tinha que esperar o trânsito colaborar (porque o motorista a gente sabe que mete o pé).

Tô no ônibus, um calor da porra, brigando com o meu marido.

Trágico.

A gente cai nessas armadilhas, não é mesmo? De se estressar com coisas que não têm solução.

Eu sei que esse tipo de sensação é infrutífera e prejudicial. Mas fala comigo isso na hora que eu estou estressada! Sério. Fala memso.

Eu tenho feito o esforço super consciente de, quando alguém me fala que eu estou estressada, tentar me acalmar. Ou quando eu mesma percebo que estou repetindo o mesmo padrão, tento segurar a onda. E tenho conseguido bons resultados. Então, quando eu estiver estressada, me fala, que eu vou tentar me controlar.

Como fazer isso? A parte difícil não é ter consciência de que se estressar não faz bem e que devemos tentar nos manter calmos mesmo na adversidade. Isso todo muito sabe. O difícil é saber como fazer isso. E digo mais! É difícil encontrar motivação para colocar em prática aquela respiraçãozinha anti-estresse que a galera aprende por aí.

Qual é o segredo então? O que funciona para mim é pensar nos meus valores.

Quando você sabe o que é importante para você, tudo que cruza seu caminho aparece através da perspectiva dos seus valores.

O que são valores? Valores são características das pessoas que fundamentam o modo como elas interagem consigo mesmas, com os outros e com o mundo.

Quando a sua vida ou as suas atitudes não estão aliadas com os seus valores você sofre e sente que alguma coisa está errada com a sua vida.

Se uma pessoa tem como valor central a liberdade, é possível que ela fique muito mal em um emprego que exige que ela fique dez horas do seu dia dentro de um escritório sem ver a luz do sol.

Há pessoas que se submetem às maiores atrocidades para evitar o divórcio por terem o valor família como central.

Nem sempre é óbvio para nós quais são os nossos valores. Por isso, segue uma dica:

Se imagine no alto de um prédio bem bem bem alto que há dez metro de distância de outro tão alto quanto. Você está no telhado de um desses prédios e há uma ponte de madeira que leva ao telhado do prédio ao lado. Está vetando muito. O que faria com que você atravessasse a ponte?

Esse exercício pode te dar uma dica de quais são os seus valores.

Bom, dois dos meus principais valores são: amor e prazer.

Tendo isso em vista, tem cabimento brigar com meu marido e me estressar a caminho de uma apresentação de dança (que me dá muito prazer)?

Não!

Ao me dar conta disso eu comecei a tentar ficar clama. Hoje foi fácil. Mas sobre esse processo de como eu faço para ficar mais calma em situações estressantes eu falo em outro momento.

O mais importante é que eu cheguei a atrasada, mas deu tudo certo no fim das contas. Quando eu parei de me estressar pude recalcular o tempo que eu teria e me programar para fazer o que precisava nesse tempo.

E quer saber? Se não tivesse dado certo estaria tudo bem também. Eu apenas  teria que me desculpar com as minhas colegas e dançar em outra oportunidade!