Romantização da superioridade masculina.

Vou dar voz a ela no meu Blog quantas vezes ela quiser!!! Mais um texto espetacular da Alexia!!

Obrigada por compartilhar conosco!

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Ando refletindo bastante sobre esse povo perguntando e/ou achando que uma hora vou me arrepender e voltar ao que era. 
Em minha opinião, essas pessoas estão assim porque superestimam demais a condição masculina, exaltando-a como algo superior.

Em nossa sociedade patriarcal, a condição masculina – o ser homem, é visto como algo a ser venerado, vangloriado e mantido a todo custo; como já me disseram no começo de minha transição física de gênero, “é um bilhete premiado, uma dádiva divina”; algo que estou jogando fora, segundo quem me disse isso.

Essa visão de mundo nos é imposta desde cedo, na infância e é válida tanto para meninos (que devem ser o dominante e controlador) quanto para as meninas (que devem aceitar sua inferioridade e serem dominadas e controladas), que não nos é permitido renegar a masculinidade e seus “valores” e nos desfazermos dela, pois essa ação é vista como heresia e até um “crime”.

A negação da masculinidade é tão mal vista em nossa sociedade que a cultura patriarcal acha super válida e natural a punição – muitas vezes até com morte, de quem a despreza e a abandona.

De qualquer modo, desde que iniciei minha transição e, especialmente, passei a me apresentar socialmente no feminino, dei um basta nessa superestimação da condição masculina, não apenas por menosprezá-la e expurgá-la de mim, mas também em não me sujeitar à cultura imposta de como uma mulher deve ser/agir e também tenho buscado ajudar a empoderar outras mulheres (cis e trans) a se conscientizar de que essa superioridade masculina é uma verdadeira falácia.

Tanto que sempre ouço “agora que você é mulher, não pode ou deve fazer isso ou aquilo; ser assim ou assado”, o que desprezo totalmente.


Alexia de Oliveira é Graduada em Biblioteconomia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Pós-graduada em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP,  Bibliotecária-chefe de um Centro Tecnológico no estado do Rio de Janeiro e é Transgênera.

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