A empatia e os comunistas.

A ação moral já foi muito estudada (na psicologia e na filosofia, por exemplo). O presente texto não é um estudo deste tipo. Apenas um comentário pessoal sobre o assunto.

Podemos pensar a causa da ação moral como sendo a empatia que sentimos pelo sofrimento alheio. A ação moralmente correta, baseada no sentimento de empatia, seria sinônimo de altruísmo. Vemos alguém sofrer e direcionamos a nossa ação para diminuir tal sofrimento. E quando observamos milhões de pessoas sofrendo todos os dias? Quando nos identificamos com seu sofrimento? Que tipo de atitude podemos tomar? Claro que podemos dar esmolas para os pedintes que nos abordam nas ruas, dar as roupas que não nos servem mais. Mas a esquerda não consegue e jamais conseguiria se satisfazer com isso. Vai às ruas, constrói greves e acumula frustrações. É a única maneira possível de dar uma resposta à angústia compartilhada com outros estudantes, trabalhadores, negros, mulheres, homossexuais, bissexuais, travestis, transgêneros e todas as outras pessoas que sofrem algum ou vários tipos de opressão.

A empatia justifica também as atitudes dos homens que lutam pelos direitos das mulheres, brancos que lutam contra o racismo, heterossexuais lutando contra a opressão das “minorias” de gênero.

Enquanto isso, o que a direita está fazendo? A direita está empaticamente lutando pela manutenção dos privilégios dos ricos? Realizando assim um ato de altruísmo? Não podemos dizer que sim. As “lutas” da direita são baseadas no medo da perda dos bens e privilégios que possui. Ou na vontade de acumular mais bens ou privilégios. Falamos aqui de egoísmo e ganância. Essa é a “moral da sociopatia”. Muitas funções sociais exigem esse tipo de falta de empatia: donos de empresa que precisam despedir seus funcionários para manter seus lucros elevados, sem se importar com o sustento desses funcionários e suas famílias; o torturador que precisa obter informações e que se tornou apático diante do sofrimento da vítima; o policial que persegue o “criminoso” sem se importar se ele é culpado ou não, nem com a segurança daqueles que estão ao seu redor; o estuprador de crianças que, incapaz de entender como a criança se sente na hora do abuso sexual, projeta nela seus próprios sentimentos de desejo; o espancador de mulheres, que não consegue enxergar além da sua própria carência e frágil masculinidade.

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