Cogumelo do sol e a indústria da saúde. 

Vocês se lembram do cogumelo do sol?
Há alguns anos, estava começando essa onda de usar cápsulas, chás e outros produtos, naturais ou industrializados “do bem” em prol da saúde. Eu me lembro que uma das primeiras dessas ondas foi a do cogumelo do sol. Foi uma febre. Todo mundo estava recorrendo a eles. Hoje em dia é o chá de hibisco etc.
Na época, se você não tomava o cogumelo do sol, você era um desleixado com a sua saúde. Hoje em dia, se você não enche seu dia com snacks saudáveis e chás, é a mesma coisa, “parece que você não quer ser saudável”. Ao longo dos últimos anos, esse mercado foi crescendo e a cada dia temos novidades nos produtos (naturais ou não) que dão um help na saúde.
O meu medo é com a próxima moda.
Num intervalo de aula, uma pessoa estava comendo uma maçã e um rapaz se aproximou falando: “Hm… Você come maçã? Eu não como mais isso não. Tem muito agrotóxico”.
Então o que eu estou imaginando? Começamos a onda dos produtos saudáveis emparelhando seus benefícios com os dos produtos naturais, frutas, legumes e verduras. Mas eu desconfio que esses produtos que são naturais mesmo, que você tira da terra e come, foram apenas uma bengala para a indústria da saúde. Daqui a alguns anos, você vai ser maluco se comer alimentos naturais, por conta dos agrotóxicos da contaminação do solo e da água etc. Saudável mesmo, vai ser ingerir a sua dosagem diária de cápsulas de brócolis concentrado.

Os pães de forma não estragam mais. 

Você reparou que o pão de forma não está mais estragando?
Antigamente acontecia o quê? Eu ia comendo o pão devagarinho, até que derrepente chegava aquele dia que eu ia pegar o pão para comer e tinha dado bolor nele. Por causa do problema de visão (já comi pão com mofo algumas vezes) eu adquiri o hábito de, chegando perto da data de validade, perguntar para o meu marido se tem mofo no pão. Já há algum tempo a resposta dele é sempre não. Aí eu vou ver a data de validade: vencido há duas semanas. Poxa, amor, tem certeza de que não tem bolor? Não.
Teve um dia que eu comprei um pão que eu não gostei muito. Sabe esses pães agora que têm doze grãos, vinte grãos, trinta grãos? Pois então, teve um que eu achei meio estranho, comi um pouco, mas quando ele já estava da metade para o final eu deixei ele lá e comprei outro. Esqueci o tal do pacote de pão lá na fruteira. Fui comendo o pão novo. Chegou um domingo a noite que me deu a maior vontade de obter um pão com ovo, mas… O pão tinha acabado! Que tristeza. Estou eu revirando a cozinha para ver o que eu ia comer, quando acho o tal pão ruim vencido há uns dois meses! Eu pensei que ele certamente estaria estragado. Abri para ver, por curiosidade (eu mesma olhei, certamente a situação ia estar tão ruim que eu ia conseguir ver o mofo sozinha, só que não). Não conseguindo verificar o estado do pão, fui perguntar ao meu marido e ele confirmou que o pão realmente não estava mofado. Cacete! O que está acontecendo?
Eu lembro que na época do ensino médio, um professor falou para fazermos o experimento de deixar uma barata frita do McDonalds e um batata fita caseira fechadas em dois potes diferentes e observar. Perceberíamos que a batata caseira ia ser completamente devorada por fungos e a do fast food ficaria intacta.
Os pães de forma aparentemente não estragam mais mesmo. Eu vou passar a separar uma fatia de cada tipo de pão que eu compro aqui em casa para ver até quando dura. Se eu achar algum pão menos alienígena eu comento com vocês.
Mas, passem a observar… De um modo geral. Depois que eu reparei essa questão do pão, eu comecei a ver que tem muita coisa durnado mais do que durava antes….