O efeito dos estresses da vida. 

Que loucura isso.
Eu já escrevi cinco textos hoje. E não gostei de nenhum deles para postar.
Comecei a me perguntar “que porcaria é essa que está acontecendo? Por que eu não consigo postar”?
Me ocorrem duas possibilidades de resposta para essa pergunta. Uma: eu estou muito estressada nesses últimos dias. Dormindo pouco, trabalhando muito, comecei a escrever a tese do doutorado (o que vai render ainda muita sofrência)… Enfim, uma série de coisas que me geram muita ansiedade se concentraram nesses últimos dias e isso está me afetando em diversos níveis. Ok. Acho que isso daria conta sim de explicar a minha dificuldade. Você já sentiu isso? Tem dias que, mesmo as coisas que você está acostumado a fazer simplesmente não dão certo. Tipo aquela roupa que você já usou várias vezes, mas um belo dia você acorda se sentindo meio inchada e aquela mesma roupa que você já usou tanto fica terrível e desconfortável em você? Pois então.
Mas aí temos também a segunda explicação. O tempo que eu me comprometi a escrever no logo está acabando e eu já estou sentindo os efeitos da minha “síndrome do ninho vazio”. Algo com que eu estou muito acostumada está prestes a me deixar. Pois é. Eu poderia renovar o compromisso, mas, por algum motivo, estou com medo de fazer isso. Talvez não medo exatamente…. Medo sim, na verdade. Sabe medo de que? De me decepcionar. Mesmo escrevendo todos os dias por um ano tem várias idéias que eu tive que não coloquei em prática no papel. Se eu interromper o processo ao final desse um ano eu vou poder pensar: não houve tempo suficiente. Mas e se eu continuar e nunca realizar os tais projetos? Aí eu vou ter fracassado. Essa estratégia você conhece? Nunca dar tudo de si, procrastinar, nem tentar para começo de conversa. São todas estratégias que nos protegem dos nossos fracassos e incompetências (sejam eles reais ou imaginados ou catastrofisados por nós).
Bom, eu ainda tenho algum tempo para pensar nisso. Por hoje eu não estou muito bem e vou ficar por aqui mesmo.

Dança! E valores. 

Minha primeira apresentação de dança do ventre depois de muito tempo aconteceu hoje de noite.

Eu cheguei no teatro atrasada.

Pois é. Tinha um monte de coisas para fazer durante o dia e eu não queria (nem podia muuuuito também) abrir mão de nenhuma delas… Aí fui me enrolando… Senti que estava fazendo tudo meio que pela metade.

O ponto é que eu estava pegando o ônibus na hora em que deveria estar chegando no local da apresentação. Dinheiro para uber não tinha, então, fazer o que? Tinha que esperar o trânsito colaborar (porque o motorista a gente sabe que mete o pé).

Tô no ônibus, um calor da porra, brigando com o meu marido.

Trágico.

A gente cai nessas armadilhas, não é mesmo? De se estressar com coisas que não têm solução.

Eu sei que esse tipo de sensação é infrutífera e prejudicial. Mas fala comigo isso na hora que eu estou estressada! Sério. Fala memso.

Eu tenho feito o esforço super consciente de, quando alguém me fala que eu estou estressada, tentar me acalmar. Ou quando eu mesma percebo que estou repetindo o mesmo padrão, tento segurar a onda. E tenho conseguido bons resultados. Então, quando eu estiver estressada, me fala, que eu vou tentar me controlar.

Como fazer isso? A parte difícil não é ter consciência de que se estressar não faz bem e que devemos tentar nos manter calmos mesmo na adversidade. Isso todo muito sabe. O difícil é saber como fazer isso. E digo mais! É difícil encontrar motivação para colocar em prática aquela respiraçãozinha anti-estresse que a galera aprende por aí.

Qual é o segredo então? O que funciona para mim é pensar nos meus valores.

Quando você sabe o que é importante para você, tudo que cruza seu caminho aparece através da perspectiva dos seus valores.

O que são valores? Valores são características das pessoas que fundamentam o modo como elas interagem consigo mesmas, com os outros e com o mundo.

Quando a sua vida ou as suas atitudes não estão aliadas com os seus valores você sofre e sente que alguma coisa está errada com a sua vida.

Se uma pessoa tem como valor central a liberdade, é possível que ela fique muito mal em um emprego que exige que ela fique dez horas do seu dia dentro de um escritório sem ver a luz do sol.

Há pessoas que se submetem às maiores atrocidades para evitar o divórcio por terem o valor família como central.

Nem sempre é óbvio para nós quais são os nossos valores. Por isso, segue uma dica:

Se imagine no alto de um prédio bem bem bem alto que há dez metro de distância de outro tão alto quanto. Você está no telhado de um desses prédios e há uma ponte de madeira que leva ao telhado do prédio ao lado. Está vetando muito. O que faria com que você atravessasse a ponte?

Esse exercício pode te dar uma dica de quais são os seus valores.

Bom, dois dos meus principais valores são: amor e prazer.

Tendo isso em vista, tem cabimento brigar com meu marido e me estressar a caminho de uma apresentação de dança (que me dá muito prazer)?

Não!

Ao me dar conta disso eu comecei a tentar ficar clama. Hoje foi fácil. Mas sobre esse processo de como eu faço para ficar mais calma em situações estressantes eu falo em outro momento.

O mais importante é que eu cheguei a atrasada, mas deu tudo certo no fim das contas. Quando eu parei de me estressar pude recalcular o tempo que eu teria e me programar para fazer o que precisava nesse tempo.

E quer saber? Se não tivesse dado certo estaria tudo bem também. Eu apenas  teria que me desculpar com as minhas colegas e dançar em outra oportunidade!