“Eu espio com os meus olhos”. Parte IV.

Até a terceira série, as zoações dos colegas eram inofensivas para mim. Nada do que eu vivi até este período ficou marcado como especialmente negativo. Tinha um pouco da estranheza, eu acho, da parte das outras crianças em relação a mim, pois eu não via a bola nos jogos de queimado, não via onde caiu a pedrinha da amarelinha, não sabia dizer se o paquera da amiga era bonito ou não, não copiava do quadro, não respondia quando acenavam para mim. Mas as crianças não eram especialmente más nessa época, ou eu era mais resiliente.

O problema começou na terceira série.

Além das zoações inespecíficas, que serviam para zoar qualquer pessoa, eu comecei a sofrer com as zoações específicas e elas me magoavam demais.

Uma coisa era aquele garoto que virava para todo mundo e dizia: “Eu não sei se você tem dente ou trave de gol”. Quando todo mundo estava se xingando de “burro” e você era só mais um a ser xingado da mesma coisa a experiência é uma.

Quando você começa a ser alvo de xingamentos específicos, direcionados única e exclusivamente para você, a experiência de singularização fica mais evidente. Como consequência, eu comecei a ser vista como diferente e isso foi fazendo com que eu ficasse isolada socialmente.

“Cara de peixe morto”; “Abre o olho!”; “Quantos dedos têm aqui?” (com o dedo na minha cara); “Cegueta”; “Cega”; “Ceguinha”; e, além das falas, tinham os comportamentos. Eu geralmente fico com os olhos apertados ou olho pela parte de baixo do olho (como quem usa óculos multifocal tem que fazer), pois isso me ajuda a ver um pouco melhor. Esse gesto que eu fazia para ver melhor era imitado pelas outras crianças.

Tudo isso servi apenas para zoar a mim e a mais nenhuma outra criança.

Até eu faço gozação com o meu problema de visão. Meus amigos fazem. Se a gente não rir de si mesmo está condenado ao sofrimento. Mas ser zoado com amor pelos seus amigos é bastante diferente de ser ofendido por pessoas que afirmam te odiar.

Ainda havia aquelas crianças que, assim como alguns professores, pareciam ficar com raiva do meu problema de visão e demandavam que eu me curasse magicamente.

Por exemplo: havia crianças que não me zoavam por causa do problema de visão, mas que me chamavam de metida, porque eu não as cumprimentava quando passavam por mim. Eu explicava que não cumprimentava porque não as enxergava. Era só elas virem até mim e me cumprimentarem, ou me chamarem a atenção de alguma outra forma, que eu falaria com elas sem problema nenhum. Não era de propósito que eu as estava ignorando. Mas elas não aceitavam muito bem esta situação e ficavam irritadas comigo. Continuavam achando que eu era metida e se afastavam de mim.  

Já me perguntei muito o porquê disso. A melhor explicação que eu consegui encontrar, foi o fato da minha deficiência não ser aparente. As pessoas não conseguem entender isso muito bem: uma pessoa que sofre com um prejuízo tão grande, mas que elas não conseguem enxergar… Essas pessoas acham que eu estou de palhaçada ou de má vontade.

O fato é, eu fui um tipo de criança que já teria sofrido bullying de qualquer forma. O problema de visão só fez com que as coisas ficassem um pouco mais difíceis. Até porque, além do bullying, eu passei por uma série de outras dificuldades.

O incrível é que, mesmo no meio de tudo isso eu consegui encontrar as minhas melhores amigas.

Minhas amigas sempre fizeram tudo que podiam para que eu conseguisse acompanhar as aulas. Desde ir me falando e explicando baixinho tudo que o professor falava, até me ajudar a copiar a matéria que havia sido dada para o meu caderno na hora do recreio. Pensamos de tudo ao longo dos anos. O papel carbono foi uma das nossas melhores descobertas, apesar de ele não permitir que a minha amiga escrevesse dos dois lados da página do caderno dela porque borrava a minha cópia. Então, o prejuízo que os pais delas tinham com caderno era minha culpa.

Elas me ajudaram lendo os menus dos restaurantes, me ajudaram falando quais meninos eram meu tipo e quais não, me ajudaram a atravessar ruas, a pegar ônibus, a não morrer atropelada.

As amizades daquela época fizeram com que as tristezas vividas no sofrimento das chacotas, estejam agora, nas minhas lembranças, permeadas por todas os lados das maiores alegrias e aventuras que a infância pode comportar.

Não vou mentir. Tem uma barra que a deficiência impõe que você vai carregar sozinho e ninguém tem como sentir ou saber como é. Essa solidão não é exclusiva, mas é particular. Cada um tem o seu calo que faz com que só essa pessoa saiba como é andar nos próprios sapatos. A deficiência é assim também. Mas você nunca precisa estar solitário, mesmo quando estiver absolutamente sozinho no seu sofrimento. Não é porque as pessoas não entendem ou não sabem como é sentir o que você está sentindo, que elas não querem estar junto de você para te dar apoio.

 

“Eu espio com os meus olhos”. Parte II.

Meu problema de visão começou a causar transtornos na minha vida escolar no CA.

Na Classe de Alfabetização, começamos a ter que copiar coisas no quadro e foi aí que as coisas começaram a ficar difíceis para mim.

O que fazer com uma criança que não enxerga o quadro se a sua metodologia de ensino é quase inteiramente voltada para esse tipo de exposição do conteúdo? A solução da professora foi colar a minha carteira no quadro para que eu pudesse ver e copiar o que estava escrito. Essa solução falhava em dois pontos: em primeiro lugar, mesmo com a carteira colada no quadro eu só consegui enxergar o que estava escrito da metade do quadro para baixo. Lá no alto eu continuava sem conseguir enxergar. Pois bem, a professora escrevia apenas da metade do quadro para baixo. Em segundo lugar, eu só conseguia ver o que estava imediatamente na minha frente. Os quadros das escolas costumam ser grandinhos. Os professores dividem os quadros em duas ou três partes normalmente. Pois então, eu só conseguia ver a parte que estava imediatamente na minha frente. Esse problema tinha uma solução bastante tragicômica. Quando eu acabava de copiar uma parte do quadro, a professora arrastava a minha carteira e me colocava de frente para a próxima parte que eu deveria copiar.

Essa solução não foi viável por muito tempo. Na verdade, tinha um terceiro problema com ela: a segregação que eu comecei a experimentar por ficar tão exposta na frente das outras crianças.

Então, na primeira série, essa técnica foi abandonada (haja braço também da professora, ela nem me esperava levantar para arrastar a carteira).

Idas e vindas ao oftalmologista, certo dia um deles me receitou um monóculo. Uma espécie de binóculo, mas para um olho só. A ideia era que eu o usasse para copiar do quadro. Dois problemas surgiram novamente.

O primeiro problema foi o fato do monóculo ter feito o maior sucesso! Quando eu o tirava da bolsa todas as crianças queriam usá-lo. Eu, envaidecida e cega pela fama e a atenção, emprestava-o sempre. O negócio rodava a sala inteira e, quando voltava para mim, o quadro já tinha sido apagado. Mesmo quando a novidade passou, contudo, o monóculo causava alguns transtornos. O tempo que eu demorava para copiar com ele era muito maior do que o tempo que se leva normalmente para copiar do quadro. Era muito cansativo e pouco prático usar aquele negócio. Eu acabava perdendo a explicação porque ainda estava terminando de copiar; a professora mandava eu parar e copiar depois e não dava tempo, enfim. Ajudava, mas não era perfeito.

Na época do monóculo eu estava na segunda série. Nesse tempo, o problema de visão me causava ainda apenas transtornos sociais. As notas mesmo eram altas nessa época.

Foi na mudança da quinta série que o bicho começou a pegar.

Muitos professores, para começar. Cada um tinha uma postura diferente quando a minha deficiência visual.

Alguns cagavam, outros pegavam alguma criança e a obrigavam a sentar comigo e me ajudar a copiar a matéria, outros acreditavam que eu simplesmente não queria nada com a vida e não era deficiente porra nenhuma, era fresca mesmo.

Veja bem, isso é um problema bizarro que vem com o fato de você ter uma deficiência que não é aparente. Eu sou só um pouco estranha, eu aperto o olho quando estou olhando para alguma coisa. Só isso. Aminha deficiência é meio invisível. Então, muitas pessoas com quem cruzei ao longo da vida simplesmente não acreditavam que eu era deficiente.

Abandonando a cronologia por um momento, eu gostaria de dar alguns exemplos disso que acabei de dizer.

Certa vez uma professora, depois que eu saí da sala para o intervalo, fez o seguinte comentário: “Essa aí, eu aposto que se conversasse menos enxergava mais”. É o tipo de comentário que você faz quando acha que a outra pessoa está de palhaçada. Eu já estava no ensino médio quando isso aconteceu. Meus amigos me contaram o que a professora tinha dito e eu fui falar com a psicopedagoga sobre a situação. Foi ridículo o que aconteceu depois que eu reclamei.

A psicopedagoga foi na sala de aula fazer um discurso horroroso de que nós temos que ajudar os desfavorecidos, necessitados, sei lá. Que eu precisava da ajuda e da compreensão de todos.

Ok. O problema não é pedir ajuda. Ajuda é o que eu pedi a vida inteira. O problema é a posição de inferioridade e incapacidade na qual as pessoas colocam frequentemente os deficientes. Você sente que os outros estão com pena de você. E nem eu nem ninguém precisa desse tipo de sentimento. Qual foi o resultado? Por um dia eu fui tratada que nem uma rainha. Teve gente que fez duas cópias do quadro e entregou uma para mim e me explicaram a matéria timtim por timtim; todo mundo me chamando para sentar junto. No dia seguinte, tudo voltou ao normal e ninguém mais tinha disposição para me ajudar e eu continuava deficiente.

Teve uma outra ocasião que ficou bem marcante para mim. Aconteceu já na faculdade de psicologia. Um menino da minha turma veio falar comigo algumas vezes sobre o problema de visão, vamos chamá-lo de Solícito. Não sei se Solícito falava sério ou se estava zoando mesmo, mas Solícito me perguntava se eu fazia análise, pois o meu problema de visão poderia ser um sintoma histérico. Problemas psicológicos são reais e podem ser extremamente debilitantes, levando até mesmo à morte, mas eu dizia a Solícito que este não era o caso. Exames físicos demonstravam o problema e tal, expliquei tudinho a ele. Mas Solícito parecia querer insistir em dizer que eu não estava curada porque eu não tinha corrido atrás. Não havia feito o trabalho psicológico necessário. Numa outra ocasião, Solícito veio me falar para meditar. “Muitas pessoas encontram a cura na meditação”. Meditar com a intensão de aliviar o estresse, dormir melhor, ajuda mesmo. Pouco. Mas ajuda sim. A visão fica mais embaçada quando estamos estressados e cansados. Solícito não sabe que, às vezes, quando você quer ajudar uma pessoa, você tem que pedir licença e perguntar se a sua ajuda é bem-vinda. Ou melhor, você deve perguntar o que você pode fazer para ajudar o outro e fazer o que foi pedido se for algo possível para você no momento. Eu não tenho que ficar aturando alguém vir me dizer um milhão de coisas que eu tenho que fazer para me curar. Tinham outras coisas, algumas bastante estapafúrdias, que Solícito achava que eu deveria fazer. Como a vez em que ele ficou sabendo de um filósofo do século XVII chamado Hume que havia escrito um texto sobre a visão. Solícito veio me sugerir ler este texto, pois poderia ter alguma coisa de útil para mim ali, se eu não o lesse, poderia estar perdendo a oportunidade da cura.

Solícito e o da professora incomodam, pois são pessoas que tornam levianas as dificuldades que eu enfrento: é só falar menos, é só meditar. Não! Não é só nada. É foda. E já tem um milhão de coisas que eu faço para lidar com isso. Eu me cuido. Não preciso das pessoas ao redor assumindo coisas a respeito da minha condição e me dizendo o que devo fazer. Sou eu que estou “andando nesses sapatos” há anos.

Bom, como eu ia dizendo, lá atrás, na quinta série, já existiam essas figuras que achavam que eu estava mentindo. Esses professores brigavam comigo para que eu copiasse do quadro.

Eu com a caneta e o papel na mão, o quadro a dois metros de distância e, ainda assim, um abismo intransponível entre os meus olhos e as letrinhas embebidas em conhecimento que o professor escrevera no quadro. Ainda assim, uma voz alucinante dizia: pula! Vai! Está esperando o que? Quem você quer ser na vida desse jeito?

Esses eram os professores que chegaram a reabilitar aquela metodologia antiga do CA, lembra? Na quinta série eu voltei a ficar destaca do resto da turma, uma fileira à frente de onde as outras carteiras estavam posicionadas, tendo que me arrastar ao longo do quadro. No CA, eu ficava nessa posição do início ao fim do dia escolar. Na quinta série começou uma confusão só.

Quando o professor descrente saía de sala, entrava algum outro professor que me agrupava com alguma criança para que esta pudesse me ajudar. Na época, isso significava ver o caderno da criança depois que ela terminava de copiar. Sim, depois, porque, enquanto uma pessoa está copiando eu também não consigo ver. Para enxergar de livros ou cadernos, eu tenho que ficar com o rosto a uma distância de mais ou menos dez centímetros do papel. Ninguém conseguia copiar com a minha cabeça no meio do caminho.

Aí vinha o terceiro professor. Esse já não tolerava conversas. E eu conversava com a pessoa que estava me ajudando. Conversávamos sobre a matéria: “Olha, foi esse X aqui que o professor apontou. Agora ele está falando desse Y aqui. Ele trouxe aquele X para cá”. A criança que me ajudava também narrando a aula para mim e ia apontando no caderno para que eu acompanhasse.

Ninguém está dizendo que é santo aqui. Claro que eu conversava sobre a vida também, mas assim faziam todas as outras crianças. Bom, mas o professor que acabou de entrar em sala não gostava. Então, eu era separada novamente da amiga. E fico eu olhando para o teto pelos próximos cinquenta minutos.

Esse clima insano da quinta série me tirou dos eixos. Some a isso tudo que eu já descrevi o fato das matérias terem se complexificado, o que me levou à recuperação de umas três matérias, no mínimo, eu já não me lembro mais quantas exatamente.  

Eu comecei a considerar a escola um ambiente extremamente hostil. Olha que estamos ainda na quinta série e eu ainda não falei das consequências do problema de visão para a socialização com as outras crianças.

A misteriosa geração de autores e editoras que só sabem fazer sempre as mesmas críticas aos novos escritores.

São duas as principais críticas aos novos escritores – ou, como dizem os críticos, aos aspirantes a escritores – que me chegaram aos ouvidos: escrever em blogs ou no facebook não faz de ninguém um escritor e que a nova geração de escritores não gosta de ler.

Parece uma sina: o ser humano é eternamente preocupado com o que o colega do lado está fazendo.

Antes de entrar nessa discussão é até bom salientar que eu não cheguei a conhecer este espécime que é o escritor que não gosta de ler. Todos os escritores que eu conheci gostavam e muito de ler. Para ser precisa, os escritores que eu conheci, achavam que não tinham lido o suficiente ainda e não se sentiam autorizados e se autoproclamarem escritores.

Bom, em primeiro lugar, a galera que está por aí escrevendo em blogs e no facebook – sim, eu inclusive – estão quebrando barreiras de vergonha e autocrítica e compartilhando os sentimentos que nos ensinaram a esconder ou negar, que nos disseram que eram errados ou vergonhosos. Isso é muito libertador e unificador também. Isso não faz de ninguém um escritor? Quem tem a fórmula que faz de alguém um escritor? Não estou falando de prática ou técnica, estou falando dessa sensação de que se você não escrever vai explodir, vai ser infeliz para sempre ou murchar até morrer. Da onde vem essa sensação? Muitas vezes, como eu já disse antes, seria até menos sofrido se livrar desse tipo de desejo.

Você pode me dizer: “Tem gente que quer ser escritor por modinha”. Muito mais fácil que essa galera que já é famosa se torne escritor por modinha, do que o cara que rala 40 horas semanais para se sustentar e, no tempo que sobra, escreve por que não pode escolher outra coisa senão escrever.

Na realidade o que tem de sobra é o contrário: gente que escreve para caralho, mas se sente incapaz e desestimulado – não estou falando de mim, quem me dera. Eu estou perseguindo o sonho, mas já esbarrei com muita gente que foi engolido pelo desânimo pelo meio do caminho que, inclusive, escrevia muito melhor do que muita gente sendo publicada por aí.

Há uma escassez de leitores, é verdade. Precisamos todos ler mais, é verdade. Mas no lugar de ficarem ressentidas com o povo, as editoras, especialmente as grandes editoras, deveriam investir muito, muito, muito mais na divulgação da leitura e nos vários, vários e vários novos e bons escritores que estão por aí.

Interessante também o fato de que essa crítica eu sempre ouço de escritores – os consagrados em alguma medida ou os próprios “aspirantes” – ou através de canais ligados a editoras.

Dizem que está difícil achar gente boa para publicar.

A vida do escritor é bastante complicada. Quando você se torna psicólogo, por exemplo, você recebe desde o início, ainda que pouco, e vai praticando e melhorando ao longo do tempo. Vem da sua profissão o seu sustento.

Quando você quer ser escritor não é assim que as coisas funcionam. É um trabalho raramente reconhecido pelo qual você não é remunerado e que demanda bastante.

Mas o que eles querem é que o meio literário seja elitista. Que vigorem as panelinhas intelectuais. Eles querem nos dizer o que ler, quem pode escrever, o que escrever e quem são os escritores de verdade.

O que é reconfortante é que a literatura sempre encontrou um jeito de se marginalizar e vai continuar encontrando enquanto existirem rebeldes que vão ouvir que escrevem mal e vão mandar um foda-se e vão continuar escrevendo ainda que para o público invisível que mora dentro da nossa cabeça.

Enfim, estou com muita raiva agora.  Estou insatisfeita com este texto e não sei se cheguei ao ponto que queria. Mas, como forma de protesto, vou publicá-lo mesmo assim.

A dificuldade de desabafar na internet.

Eu gostaria que o texto de hoje funcionasse como um desabafo. Mas enfrento dois problemas sérios.

 

Em primeiro lugar, desabafos para anônimos na internet já são mais do que clichês. Não que eu seja a priori contra os clichês, mas, neste caso específico, não vou conseguir trabalhar esse clichê de uma forma legal. Usar clichês requer do escritor que ele esteja com a cabeça no lugar para raciocinar a respeito do modo como aquele clichê o afeta em particular, ou como a situação que ele viveu ou vive no momento é clichê ao mesmo tempo em que retém suas particularidades, o que a torna interessante. Assim, ele pode falar do clichê de uma maneira minimamente singular (como a releitura de Édipo Rei no filme Incêndios. Vocês viram? Vale muito a pena). Mas esse não é o meu caso agora. Minha cabeça está pesada demais, eu estou irritada demais, cansada demais.

 

Em segundo lugar, eu já tentei fazer esses desabafos na forma de narrativas que eu vomito no papel. Mas eu tenho o péssimo hábito de me envergonhar delas depois. E, apesar de um dos objetivos de escrever no blog seja perder o medo de me expor, eu ainda não me sinto totalmente preparada para isso. Já recebi críticas negativas a respeito do blog e pensei seriamente em desistir (outra coisa que eu preciso desabafar no futuro). Um exemplo de um texto do qual eu me envergonho, que foi feito em um momento de muita raiva, você pode ver aqui.

 

Hoje eu vou me despedir sem saber como desabafar on-line. O importante nessas horas é que eu tenho um celular com o número de um ou dois bons amigos.