Alquimia da Palavra. 2° Edição. 

Hoje aconteceu a segunda edição da oficina Alquimia da Palavra que ministro com a minha parceira na escrita, Natalia.
A oficina aconteceu na Casa D’Esquina, no Grajaú. A casa é super aconchegante e, quando saímos da nossa oficina, estava rolando uma feira maravilhosa com várias coisas lindas e deliciosas. Já fui para casa almoçada!
Eu me surpreendi com a diferença entre esta segunda edição e a primeira. A idéia era trazer o mesmo conteúdo, mas apesar de termos conseguido passar o que havíamos programada, a oficina foi totalmente particularizada, atendendo ao interesse dos participantes. Na verdade, o evento foi uma grande troca de conhecimentos e experiências.
O equilíbrio entre a prática e a teoria foi mantido.
Hoje fizemos exercícios com Blackout Poetry. Ficou show de bola! Confira!

“De S. a K.”.

Já escrevi alguns textos no blog sobre blackout poetry. Você pode vê-los  aqui e aqui.

Pois é… Hoje eu tive um dia bem tenso e estressante e não estava me sentindo muito bem quando cheguei em casa depois de passar o dia inteiro na rua cumprindo obrigações que eu ainda não sei muito bem a qual propósito vão servir na minha vida. Quando cheguei em casa, pensei no blog e eu ainda não tinha preparado o texto de hoje. O que melhor para se fazer, depois de um dia estressante, do que passar algum tempo fazendo algo que vai te fazer se sentir bem? (Lembra do texto de ontem? Eu realmente uso aquele modelo de tabela para pensar sobre a minha vida. Com o hábito, eu já nem sempre preciso desenhá-la no papel, eu apenas mantenho-a em mente para avaliar os meus dias). Tendo isso em visto, eu pensei que o texto de hoje deveria ser especialmente terapêutico para mim.  Neste momento tive um insight! Vou cutucar a minha dissertação!

Eu sei! Não parece nada terapêutico! Mas isso é porque você ainda não fez blackout poetry na sua dissertação. Foi libertador!

Eu ainda pretendo fazer nela inteira. Hoje foi só o primeiro passo.

E eis como ficou o resumo da minha dissertação… (Orientador, caso o senhor esteja lendo isso, saiba que a blackout poetry não é desrespeitosa com o texto, pelo contrário: é uma forma potente de apropriação da escrita do autor. E deus sabe que os estudantes universitários sofrem com o sentimento de desconexão em relação ao resultado dos seus trabalhos acadêmicos. Eu ainda vou realizar uma oficina com ex-estudantes de pós-graduação só para fazer trabalhos artísticos terapêuticos com as teses e dissertações. Quem tiver interesse… inbox!).

**********************************************************************************

 

de s a k

Como o recorte e a colagem podem ser usados na Blackout Poetry. 

Mais uma experimentação deliciosa com Blackout Poetry!

Desta vez, eu parti de um tema muito difícil para mim, sobre o qual eu queria escrever: a dificuldade de ser assertiva e de dizer não.

Escrever sobre um tema que te toca já é difícil. Encarar a folha em branco e pensar: bora, vamos escrever! Pode ser mortificador. A Blackout Poetry é uma excelente técnica para tirar a pressão dessa escrita tão dolorida.

Com esse tema em mente eu vasculhei as páginas de outros autores atrás das palavras e das frases que conversavam com o meu sintoma.

Desta vez eu não apenas destaquei algumas partes do texto e cobri outras. Eu precisei trabalhar o texto um pouco mais para encontrar a minha poesia.

Esse trabalho foi o de juntar a técnica do Blackout Poetry com recorte e colagem fazendo uma composição com duas páginas de texto de dois diferentes autores.

Assim, eu achei a poesia que expressava o tema que eu tinha em mente.

No final, eu montei um cartaz com uma composição do processo e do resultado. 

O que é e como fazer Blackout Poetry. 

Tenho feito experimentos com Blackout Poetry. Esta técnica e outras, como a Caviardage, parecem ter tido origem na ação de censurar um texto, apagando certas passagens do mesmo com um grifo preto.

Atualmente existem inúmeras formas de se fazer Blackout Poetry. Mas o essencial é que você deve pegar uma matéria de jornal ou uma página de um livro (ou qualquer outro texto que desejar) e olhar para ela, sem necessariamente ler com muita atenção, envolvendo as palavras ou passagens que chamarem sua atenção. Depois, você pode cobrir o resto do texto da forma que quiser! (Veja um exemplo no final do post).

A técnica ainda mostra como são equivocadas idéias muito arraigadas e tradicionais, como as de autoria e de originalidade.
Normalmente pensamos no autor como aquele que se fecha em uma cabana no meio do mato e cria algo inédito a partir da folha em branco. Ele sai de seu refúgio com sua grande obra em mãos. Mas o autor nunca está só e a folha nunca está verdadeiramente em branco, sempre há algo por detrás do que escrevemos, outros lugares, outras sensibilidades que tiveram acesso às mesmas coisas. E o que nós condensamos e colocamos no papel não é nada além da nossa forma de acesso a um conteúdo que é essencialmente compartilhado. Nada é verdadeiramente nosso. Como poderia ser? “Escrita é citação em cima de citação”.
A Espanhola 

Insolente

Mundana

Tingia os cabelos

Doidivana

Rara

Levantava o vestido

À vista 

Em pleno amor