Tempo e dinheiro.

Sabe aquela sensação que muitas pessoas possuem de que o tempo está voando? Dizem que depois do Carnaval a gente pisca e chega o fim do ano? Logo depois que penduramos as fantasias já é Natal na Leader Magazine.

Quando éramos mais novos, nosso maior desejo era de que o tempo não demorasse mesmo. Queríamos ter idade para ver filmes de terror, sair sozinhos, ter a nossa própria casa.

Aí nós estamos sentados no sofá da nossa casa, vendo um filme para maiores ao lado do nosso companheiro, depois de um dia no trabalho e uma cerveja no barzinho que não precisamos pedir autorização para tomar e que pagamos com o próprio dinheiro, quando, no intervalo, passa uma propagando de supermercado falando da promoção do Panetone e você pensa: “Cacete! Já acabou o ano”! Para onde foi o tempo? O que eu estou fazendo da minha vida?

Portanto, esse sentimento parece começar a afetar as pessoas já na idade adulta. A sensação é de que o tempo passou e nós nem vimos. Parece que não temos muita noção de com o que gastamos o nosso tempo ao longo de todo o ano.

Se você possui a crença mística de que o tempo está realmente acelerado, nem continue lendo. Isso seria assunto para outro texto.

Estou assumindo aqui que você concorda que o tempo é o mesmo para todos e é o mesmo também de quando você era jovem, mas alguma coisa na maneira como você vivencia o tempo faz com que você tenha a impressão de que ele está acelerado.

Eu também comecei a ficar muito incomodada com essa sensação há alguns anos atrás. Mas, a princípio, me pareceu que contornar essa situação – agarrar o tempo com força para que ele passe mais devagar – significava fazer apenas coisas úteis ou prazerosas com o tempo que eu tenho. Como consequência, eu comecei a me programar melhor e organizar bem o meu tempo. Com horário certos, listas de tarefas etc. Certamente eu me tornei uma pessoa muito mais organizada e menos procrastinadora. A questão das experiência prazerosas foi mais frustrante, mas também muito instrutiva.

Se eu nã estivesse fazendo alguma coisa útil, eu queria estar fazendo algo que me deixasse feliz, mas, acredite, isso é um saco, além de extremamente desgastante e cansativo. Não estou nem falando que a vida é feita de altos e baixos e que todo mundo tem conflitos, principalmente com as pessoas ao seu redor. Isso afeta sim, é verdade. Não dá para ficar feliz o tempo todo porque em alguns momentos eu estou brigando com meu marido. Mas é algo além disso.

Às vezes eu não estou feliz, mas eu também não estou triste. Eu estou apenas tranquilo. Quero sentar no sofá e dedicar meia hora do meu tempo e zapear os canais da televisão. Isso não é útil e não me deixa feliz, mas eu também não estou triste. Então, o que fez o meu plano falhar não foram nem os momentos de tristeza. Foi o fato de que é um saco estar sorrindo de felicidade o tempo inteiro. Existem momentos em que eu só quero ficar de boas no sofá e ponto final.

Então, eu aprendi muita coisa quando comecei a ser mais consciente do meu dia (inclusive passei a ser mais indulgente com o tempo que eu “jogava fora” zapeando canais ou com qualquer outra coisa do tipo ao longo do dia), mas a questão da impressão da passagem do tempo não mudou em nada.

Eu já estava começando a acreditar que essa era uma condição essencial da vida humana: trata-se simplesmente da brevidade da nossa vida e nada pode ser feito a respeito. Mas, no início deste ano, eu tive alguns problemas financeiros e comecei a ver as coisas de uma maneira diferente desde então.

Fechar o mês no vermelho, fez com que eu começasse a procurar estratégias para organizar melhor meu orçamento. Uma das coisas que funciona quando você está precisando economizar é prestar atenção ao que você está comprando. A mesma coisa que eu já havia fito com o meu dia me tornando mais consciente das coisas que eu fazia, qual era o sentido que elas tinham na minha vida.

Eu tenho uma pequena compulsividade por compras (papelarias, livrarias e lojas de roupas são meus pontos fracos – observe que são vários). Me custou muito refletir sobre o que eu estava comprando. Eu passei a procurar produtos legais, mas mais baratos. Eu não comprava livros em livrarias, mas pela internet ou em sebos. Coloquei um limite para a quantidade de peças de roupa que eu ia comprar por mês e um limite de valor para ser gasto com roupa (de modo que eu poderia comprar, por exemplo, 70 reais em roupas por mês. Isso poderia ser uma peça de até 70 reais. Mas, eu tinha limite também de número de peças de roupa que poderiam ser adquiridas. Então se eu comprasse duas blusas de 19 reais – e no Centro você acha roupa legal neste valor – eu já chegava ao limite de compras, mesmo que as duas peças não somassem os 70 reais. Isso porque eu estava atacando a vontade de comprar e tentando economizar. Por isso esses dois limites trabalhavam juntos para cumprir estes dois objetivos). O mesmo valia para livros ou coisas de papelaria.

Esses limites me faziam procurar melhor e pensar duas vezes antes de fazer uma compra. Uma das coisas que acontece quando você procede desta maneira é que você atrasa a compra. Se eu não compro uma determinada coisa no momento que a vejo, muitas vezes a vontade passa depois de algum tempo; se a vontade de comprar aquela determinada coisa não passasse (e eu ainda tinha crédito) eu a comprava.

Mas você vai perceber justamente que apenas pensar melhor antes de comprar e estabelecer limites de gastos não é suficiente. Ou seja, apenas se tornar mais consciente dos gastos não traz o melhor resultado que você pode alcançar.

Você também precisa anotar esses gastos e revê-los todo dia.

Se você estabelece um limite de 70 reais para uma determinada categoria de gastos, mas não tem controle de quanto já utilizou deste valor, como você vai saber quando já estourou seu limite? Pode parecer bobagem, mas eu caí nessa armadilha. Eu ficava somando os gastos de cabeça e me perdia nas contas. Eu estava bem presente e consciente no momento da compra, mas depois eu me esquecia dela com facilidade.

Foi exatamente isso que passou a acontecer com o meu tempo. Eu estava consciente do que eu fazia ao longo do dia, mas, no dia seguinte, eu estava focada novamente no momento presente, então o tempo continuava escorrendo pelo meio dos meus dedos.

O que eu percebi neste momento que eu poderia fazer para contornar esse sentimento, e que está sendo muito bom para mim, é justamente o que eu fiz em relação ao dinheiro. Registrar os acontecimentos do dia. Mas com uma diferença.

Eu já falei para vocês que eu amo diários, mas acho chato relatar meu dia objetivamente no papel. Meu diário é para fantasias, jornadas de autoconhecimento, planos para o futuro etc. Ele está longe de conter relatos objetivos do que eu faço no dia. Então, diferentemente do controle financeiro que deve ser feito no papel mesmo, o controle das suas atividades diárias pode ser apenas mentalmente. Você não vai se perder como nas contas.

Todos os dias você deve anotar e rever o seu controle financeiro.

Recomendo também que todos os dias você anote e reveja mentalmente o que você vem fazendo.

É simples.

Todo dia de noite quando me deito, eu revejo o dia na minha mente: “Acordei, comi o quê? Tomei o remédio? O que eu fiz? Falei sobre isso com fulano, li aquilo, assisti tal série”. Faço isso não só para aquele dia, mas para todos os dias da última semana.

Pode parecer difícil, mas não se engane, é muito fácil. Eu sei que a comparação é meio esdrúxula, mas sabe o que dizem, sobre a vida passar todinha na frente dos nossos olhos no momento da morte? É mais ou menos isso. Quando você revê o seu dia e a sua semana, vem à sua mente uma sucessão de imagens que rapidamente dão conta dos últimos acontecimentos. Para finalizar eu penso em como será o dia de amanhã.

Tenho feito isso toda noite já há algum tempo e a sensação de que o tempo está voando já diminuiu consideravelmente.

Não se trata de um exercício de memória. Não confunda as coisas. Não fique se sentindo mal se você não conseguir lembrar muito bem do que aconteceu, concentre-se no que vêm à sua mente e trabalhe com isso.

O objetivo é o de desenvolver uma percepção histórica da sua própria vida.

A gente passa muito tempo imaginando o futuro e quando nós pensamos no passado, esse pensamento muito frequentemente tem características negativas ou saudosistas: pensamos naquela oportunidade que perdemos, ou naqueles tempos que não voltam mais. O que eu estou propondo é que você passe a ter um outro olhar em relação ao seu passado.

Proponho que você desenvolva um olhar em relação ao passado que seja apenas apreciativo. “Hm… Foi isso que eu andei fazendo nos últimos dias. Foi assim que eu passei o meu tempo. Você vai começar que você tem vivido bastante e feito muitas coisas. Muito mais do que imagina. O objetivo não é se apegar a alguma memória específica, seja ela boa ou ruim, mas sim apreciar a sua vida como um assíduo expectador (por dois minutos da sua vida todas as noites). Com essa consciência histórica da sua vida presente no seu dia a dia você vai fazer as pazes com o tempo.

Essa consciência desacelera o tempo. Experimente!

 

O hábito de escrever diariamente. 

Quando decidi escrever diariamente no blog, um dos meus principais objetivos era criar o hábito da escrita.
O que eu queria com esse novo hábito, era conseguir ter a disciplina necessária para escrever um livro.
A princípio fiquei com medo do blog dominar toda a minha dedicação à escrita. Ou seja, eu temia que todo o tempo do qual eu dispunha para escrever seria necessário para produzir o material do blog.
E no início foi assim mesmo que aconteceu.
Tudo que eu escrevia no primeiro mês era para o blog. Não sobrava tempo para escrever nem no meu diário.
Mas esta situação já está começando a mudar.
Logo no segundo mês eu já estava escrevendo mais do que venho publicando diariamente.
Algumas vezes, atualmente, eu começo a escrever um texto e penso: este texto não é do blog, ele vai para o meu livro. Ou: este tema eu vou guardar e trabalhar um pouco mais.
Muito importante observar que eu era aquela pessoa que não estava tendo tempo para nada antes de começar o blog.
Eu vinha me virando em mil pra dar conta do meu trabalho no consultório, as aulas que eu dou de psicologia para a área da saúde, o doutorado e uma pós-graduação em TCC – terapia cognitivo-comportamenal.
Então, eu estava vendo a escrita escapar novamente pelo meio dos dedos no meio desse turbilhão de responsabilidades e compromissos.
Tomar a decisão de transformar a escrita em hábito foi, portanto, fundamental.
O hábito, de fato, tem um poder impressionante.
É difícil de criá-lo e de gerar adaptações na sua rotina, mas quando você decide se comprometer com algo que te faz bem a coisa funciona.
O segredo?
Tomada de decisão, planejamento, implementação e manutenção do novo hábito (e, os ingredientes mais importantes na minha opinião: tolerância consigo mesmo para aceitar suas dificuldades e limitações, uma boa dose de confiança, que você pode conquistar aos poucos, e apoio das pessoas que te amam).
Não afirmo que já passei da fase de ter crises com a escrita. Provavelmente muitas mais virão. Mas eu estarei preparada para enfrentá-las!
E aguardem meu livro!

Pole dance e vida acadêmica.

Eu lia livros da Disney quando era bem novinha. Li muito A Bíblia Para Crianças também. Isso é o que eu me lembro de ler antes dos dez anos de idade.

 

Eu me lembro de já ser, desde cedo, fascinada por livros grossos. Eu cheguei a surrupiar E O Vento Levou da estante da minha mãe e leva-lo para a escola quando eu estava na terceira série (já dá para ter noção de que eu sofri muito bullying quando eu era criança, não é?).

 

Mas, naquela ocasião, eu não cheguei, de fato, a ler o livro, eu só o carregava para cima e para baixo.

 

Comecei a ler livros de mais de vinte páginas ou com mais de quatro linhas em cada página, com dez para onze anos. Foi quando saiu o primeiro livro do Harry Potter. Minha mãe começou lendo para mim de noite, mas ela acabava dormindo rápido algumas vezes e eu ficava morrendo de curiosidade. Comecei a ler sozinha. Não que eu dispensasse as histórias da minha mãe, mas eu até preferia as inventadas do que as lidas de algum livro.

 

Ela inventava histórias do tipo: a formiguinha estava andando pela estrada – aí ela começava a dormir e eu a cutucava, mas não com tanta força para que ela não acordasse completamente e ela continuava – aí o chefe dela chamou ela na sala dele…

 

Eu morria de rir.

 

Enfim, fui do Harry Potter para os livros do Tolkien, daí para as Brumas de Avalon e assim por diante.

 

Não parei de ler até a faculdade. Mas isso eu acho que já contei para vocês.

 

O que ficou de fora é que tinha outra atividade que me acompanhava desde sempre: a dança. Ou o que eu considerava dança.

 

Minha mãe queria que eu fizesse balé e eu não quis de jeito nenhum, até hoje não é o que mais me encanta na dança.

 

Mas eu aceitei fazer jazz e não parei nunca mais de fazer coisas com o corpo até… Adivinha quando… Isso mesmo! Até entrar para a faculdade.

 

Do jazz eu fui para a GRD (ginástica rítmica desportiva), depois para a dança do ventre e a dança cigana, estas últimas eu fiz ao mesmo tempo dos treze aos dezessete anos.

 

Então, quando eu passei para a faculdade de psicologia, não deixei apenas a paixão pela literatura de lado, mas também o meu amor pela dança.

 

Não foi uma morte rápida. Foi uma morte lenta e eu fui insensível a ela. Eu fui sentindo como se a minha antiga vida estivesse se tornando obsoleta, eu fui abraçando um novo estilo de ser e de me comportar como se alguma mudança positiva estivesse acontecendo.

 

Eu me lembro de ter lido O Morro dos Ventos Uivantes durante as aulas de Estatística no terceiro período da faculdade e esse foi um dos últimos livros que eu tinha lido até recentemente, quando este quadro mudou. Eu não me lembro quando foram as minhas últimas apresentações de dança, mas devem ter ocorrido mais ou menos nessa época.

 

Quando eu comecei a me dedicar à escrita e à leitura novamente, a necessidade da dança veio junto.

 

Atualmente eu estou lutando contra a culpa para poder dar conta do meu trabalho, da literatura, da dança e do doutorado em filosofia sem achar que eu estou fazendo pouco em cada uma dessas áreas.

 

É uma loucura isso. Eu ainda tenho que lidar com a mesma armadilha que me prendeu na graduação. “Se a sua vida não se resume única e exclusivamente à academia você não deveria estar no meio acadêmico”.

 

Esta, além de ser uma exigência que nunca vai ser satisfeita (mesmo as pessoas que mais se dedicam aos estudos que eu já conheci estão insatisfeitas e acham que deveriam estudar mais), é uma exigência falsa.

 

Não é verdade que você não pode ter uma vida fora da academia para ser alguém intelectualmente. Para fazer algum tipo de trabalho que importe.

 

O livro da Carolina de Jesus vale muito, muito, muito mais do que muita tese que está por aí mofando nos porões das bibliotecas acadêmicas.

 

Atualmente eu estou fazendo dança do ventre e pole dance (que é muito difícil e maravilhoso!) e isso me faz mais bem do que qualquer livro do Kant que eu já tenha lido. E olha que ele foi um dos dois principais autores que eu estudei no mestrado. Eu sinto que ele deveria ser mais importante na minha vida, mas ele, infelizmente, não é.

 

A vida acadêmica tem um alto potência para ser massacrante, com chances de se tornar um relacionamento abusivo.

 

Mas eu estou desviando novamente do que eu consigo falar hoje, que é a minha história com a dança.

 

Eu ainda estou cozinhando mentalmente um post sobre a academia além dos dois que eu já postei de que você pode acessar aqui e aqui.

 

Mas agora eu estou um pouco deprê por ter entrado neste assunto.

 

Texto louco esse, não é mesmo? Às vezes é ruim escrever desse modo: imaginando que eu estou em diálogo com alguma pessoa sem programar o texto (eu vou escrevendo e imaginando um interlocutor que responde e comenta o cada tópico). Isso acontece porque eu estou escrevendo todo dia e às vezes não tenho tempo para preparar os textos como eu gostaria. Uma das desvantagens de ter como meta a publicação de um post por dia.

 

Acho, então, que vou simplesmente encerrar por aqui deixando vocês com o vídeo da minha primeira apresentação no pole dance.

 

Conheça a Journal Therapy.

Journal Therapy – que significa literalmente “terapia do diário” – é uma técnica de escrita de si que possui fins terapêuticos. Está passando da hora dela ser mais conhecida e divulgada no Brasil.

Ontem eu comentei sobre a escrita no diário como algo muito positivo, mas é interessante saber que existem diversas formas diferentes de escrever no seu diário.

Normalmente, a escrita que colocamos em prática é uma escrita livre que não possui grandes pretensões. Contudo, o diário pode ser um grande aliado no caminho para a cura e o autoconhecimento.

Na journal therapy o foco não está na descrição de eventos externos, ou no mero registro dos fatos cotidianos. É essencial que a escrita tenha um propósito, que ela seja orientada para um fim e que o ponto central da escrita sejam os pensamentos, sentimentos, reações e percepções do autor, ou seja, as experiências internas do autor de um modo geral estão no centro da journal therapy.

Existem inúmeras técnicas de journal therapy:

 

1-      Método das cartas não enviadas.

Eu já utilizei este método com um paciente no consultório. Meu objetivo. Era uma pessoa que guardava muitas mágoas, ao mesmo tempo em que se sentia desconectado do mundo e distante das outras pessoas.

Em um primeiro momento, pedi que ele fizesse uma lista de todas as pessoas que ele conhece. Todas mesmo. Mesmo que ele não soubesse o nome delas (poderia estar escrito na lista “o homem que passa toda manhã debaixo da minha janela andando de bicicleta). Essa técnica por si mesma tem um nome, trata-se do “caderno dos seres”. É um caderno no qual você lista exaustivamente todas as pessoas que você tem ou já teve contato e depois analisa a ordem na qual as pessoas apareceram. Mas o meu objetivo não era trabalhar com o caderno dos seres, então, depois que o paciente fez a lista, eu pedi que ele escrevesse uma carta para cada uma das dez primeiras pessoas que apareceram na lista. Passamos um tempo trabalhando nas cartas, até porque inicialmente ele não sabia o que escrever. Mas no fim das contas foi um bom exercício. O resultado foi que ele começou a ter mais ideias a respeito do que poderia conversar com as pessoas, além dele ter compreendido melhor o que sentia por cada uma daquelas pessoas. Mas o poder da escrita das cartas não enviadas não termina por aí. Essa técnica pode ser usada para outros objetivos. Como, por exemplo, para ajudar pessoas passando pelo luto. Escrever cartas para pessoas que já faleceram é uma maneira muito boa e reconfortante de lidar com o sentimento de perda e com as histórias que sentimos inacabadas.

 

2-      Diálogo.

Escrever diálogos é ótimo para pessoas como eu, que possuem dificuldade em serem assertivas. É muito útil construir diálogos (o que eu faço mentalmente e na escrita com muita frequência), com o objetivo de realizar uma reflexão sobre a forma como falamos e nos colocamos perante outras pessoas. Se quiserem uma dica, imagine, para uma situação qualquer que você queria trabalhar, três tipos de diálogos – um no qual o seu posicionamento seja assertivo, um com um posicionamento agressivo e um com um exemplo de passividade.

 

3-      Classificação das áreas da vida por cores.

Este é o diário que eu uso com mais frequência. Eu tenho um caderno com três cores diferentes e, em cada uma das cores eu escrevo sobre uma área da minha vida. Isso me ajuda a separas as coisas que, às vezes, eu misturo indevidamente. Por outro lado, podem aparecer também conexões entre diferentes áreas da minha vida que eu não estava enxergando. Essa técnica também é a que me ajuda mais com a minha organização (juntamente com a técnica de fazer listas), pois ela me permite entender melhor, visualizar melhor, todas as coisas que estão acontecendo na minha vida e o que cada uma das áreas está exigindo de mim.

 

4-      Listas.

Essa é uma técnica muita subutilizada. Fazemos apenas listas de compras e afazeres, mas existem muitas listas interessantes que podemos construir. Algumas sugestões: listas de coisas difíceis que aconteceram comigo; lista de todos os desafios que eu já encarei; lista de todas as coisas que eu aprendi quando tinha treze anos (juro que eu já fiz essa! E foi já quando eu tinha vinte e poucos anos! Foi bem legal, esse tipo de coisa me ensina a respeitar e entender melhor as crianças e os adolescentes); lista de todas as coisas que eu já tive medo de fazer; e por aí vai. Escolha uma um tema para a sua lista e redescubra a sua vida!

 

5      Escrita cronometrada.

Essa ideia de usar um cronômetro é ótima para um trilhão de coisas, inclusive para a escrita terapêutica. Ela pode ser usada, por exemplo, para quando você está com dificuldade de escrever sobre algum tema. Não se condene a ficar olhando eternamente para uma folha em branco. Isso é uma tortura. Quando estiver com dificuldade em algum tema coloque um tempo para escrever sobre ele. Três minutos por dia. Não pense, só escreva.

 

Como eu disse: muitas técnicas. Conforme eu for selecionando coisas legais, vou colocando aqui para vocês!