Agora sim, o que é SoulCollage®?

Eu tentei fazer o meu primeiro cartão SoulCollage® antes do primeiro dia do curso introdutório. Fiquei bastante desapontada, pois não ficou nada bom. Comecei a me imaginar chateada no curso, porque os cartões de todos ficariam maravilhosos como os que eu via nos vídeos da internet e os meus, horrorosos.

Tive uma surpresa maravilhosa, contudo. Amei todos os cartões que produzi no primeiro dia.

A facilitadora foi a Mônica Valéria Iaromila e ela organizou o dia de uma forma muito interessante.

As primeiras atividades foram todas práticas. Passamos a manhã e o início da tarde produzindo cartões. Lá pelas três horas, tivemos um pouco de teoria.

Ficamos sabendo que SoulCollage® sempre deve ser escrito desta forma: tudo juntinho e com o R, pois se trata de uma marca registrada e a palavra não deve ser traduzida para o português. Além disso, Soul se fala em inglês e Collage em francês. Assim quis a criadora da técnica Senna Frost, com o objetivo de representar a diversidade.

Muito interessante e eu não tinha a mínima ideia: a prática do SoulCollage® objetiva a construção de um oráculo pessoal composto por cartões significativos (como um Tarô, mas completamente personalizado) ao qual você recorre para fazer leituras pessoais. Apenas a dona do baralho pode fazer leituras nele, de fato, são assim todas as leituras: eu leio para mim, no meu baralho. O que não significa que as leituras devem ser sempre individuais. O facilitador pode te ajudar na sua leitura, por exemplo, ou um grupo de pessoas pode se juntar para fazer leituras em grupo.

Existem também regras para a composição dos cartões. Além de eles terem um tamanho específico (que pode variar um pouco de país para país, mas gira em torno de 14 por 20), existem regras sobre a disposição das imagens. Cada cartão possui uma imagem central, chamada Neter (lê-se néter), é ela que fala com você sobre o significado do cartão. O fundo do cartão jamais deve aparecer, de modo que você pode compor o Neter com até mais duas ou três imagens (idealmente), para ocupar o cartão inteiro. Todas as outras imagens que você utilizar no seu cartão falam do Neter.

Depois de compor o cartão, você vai deixar o Neter falar o que ele tem a dizer sobre ele mesmo, para isso, papel e caneta para escrever. No final você acaba com o seu oráculo e um caderno com o significado dos cartões. Você pode voltar ao significado do cartão sempre que sentir necessidade, mas o significado não é estritamente rigoroso. Cada vez que você faz uma leitura, dependendo do seu momento, o cartão trará algo possivelmente novo, diferente.

Gostei muito da experiência. Fazer os cartões mobiliza muita coisa dentro de você. Ter que escolher as imagens e organizá-las no espaço limitado do cartão. O próprio trabalho manual é bastante relaxante. Escrever sobre o cartão é mergulhar nas sensações que você teve durante o processo e descobrir algo novo, que nem você percebeu que estava lá. Ainda tem as leituras. Mesmo com as poucas cartas que fizemos, já pudemos fazer uma primeira leitura. Nesse primeiro dia foi como acessar uma sábia entidade interna que me deu bons conselhos.

 

15 perguntas para lidar com situações difíceis.

Tenho me interessado muito por escrita terapêutica.

Escrever pode ser um ato curador, além de ser algo muito prazeroso. Devo falar ainda muitas vezes sobre isso no futuro, pois tem sido um dos meus mais queridos temas de estudo.

Já falei aqui sobre journal therapy. O que eu quero compartilhar com vocês hoje são algumas perguntas, que funcionam como guias para a escrita de si, com o objetivo de trabalhar eventos traumáticos.

É importante, ressaltar, claro, que a escrita de si não substitui acompanhamento psicológico ou medicação. Trata-se apenas de uma forma alternativa de buscar autoconhecimento e alívio do sofrimento.

 

Procure um lugar calmo para se sentar com um caderno. Certifique-se de que você terá um tempo razoável para pensar e escrever sobre as suas experiências.

Se nada disso for possível, ou se você for interrompido, não fique alarmada! Apenas retorne à atividade em uma hora melhor.

 

Pense e escreva sobre as suas experiências passadas a partir das seguintes perguntas:

 

1-      Quem é você atualmente?

2-      Qual é a sua história favorita da infância?

3-      O que você aprendeu de bom com ela?

4-      Esses aprendizados positivos ainda te acompanham?

5-      Alguma coisa no seu passado já te causou dor ou sofrimento? Fale sobre essa experiência.

6-      O que você teve que aprender ou fazer para lidar com este sofrimento?

7-      O que você aprendeu e os comportamentos que você desenvolveu foram positivos ou negativos?

8-      Você ainda emprega estas estratégias em momentos adversos do presente?

9-      Estas estratégias ainda são úteis para você?

10-    O que é curador para você depois do sofrimento?

11-    Se a pessoa que você mais ama neste mundo passasse pela mesma situação que você passou, o que você diria a ela?

12-    Qual é a sua maior força depois de ter passado pelo sofrimento que você passou?

13-    Como o sofrimento que você experimentou contribuiu para o seu propósito de vida?

14-    Quem é você enquanto um ser humano completo e saudável, com experiências negativas e positivas em seu passado?

15-    Se você tivesse que resumir em uma frase a lição mais importante que você tem a deixar para o mundo e para aqueles que você ama, qual seria esta frase? Invente ou se aproprie de alguma citação que passe a mensagem que você gostaria de passar.

 

Sintam-se à vontade para compartilhar histórias comigo. Qualquer dia eu mesma posto as minhas respostas.