Vale tudo pelo autoconhecimento? 

Ontem eu fui até Friburgo passar o dia com minha mãe.
Foi uma comemoração particular tardia dos nossos aniversários.
Por que tão longe (considerando que eu moro a 3h de distância)? Nós íamos visitar a Casa do Reike para uma consulta de tarot com uma mulher chamada Eliana Polo.
Fomos então jogar o tarot.
Foi a primeira vez que eu passei por essa experiência. E eu gostei bastante.
Aí você me pergunta: Mas, Olivia, você acredita?
Não acho que esse seja o ponto principal da questão. Eu não sei se eu acredito, na verdade, mas eu queria estar ali. Então pouco importa se eu acredito ou não. Eu acho que vale tudo pelo autoconhecimento. E eu gosto muito desse espaço do atendimento terapêutico seja que tipo de atendimento for (percebo isso conforme vou experimentando mais formas diferentes de atendimento terapêutico). O que eu chamo de espaço terapêutico de atendimento? Qualquer encontro entre uma pessoa e um terapeuta em um ambiente seguro. É esse momento que você pode se proporcionar, no qual você encontra uma pessoa que dedica aquele horário dela a você. A te ouvir e te apoiar na resolução das suas questões. É um momento mágico em que você tem acolhimento para falar e trabalhar as suas questões. E, enquanto você está falando, a outra pessoa não está tentando te interromper para te falar da vida dela, para te falar o problema dela. Enfim, o espaço é seu! E esse é um espaço raro na nossa sociedade. Não é a mesma coisa que falar com seu amigo, seu marido, sua mãe.
Claro que cada profissional terapeuta (desde a terapia científica que é a psicologia até as terapias holísticos) vai ter a sua área de atuação específica, sua fronteiras, e isso deve ser respeitado. Se você está com um transtorno psicológico (depressão, ansiedade, pânico, toc, entre outros) procurar o tratamento médico adequado é fundamental, procure o psicólogo e o psiquiatra. Se você não tem questões emocionais patológicas, se você não está em sofrimento emocional e tendo prejuízos na sua vida, a psicologia pode te atender também, mas você não vai se prejudicar se procurar terapias alternativas. Inclusive, nada impede você de fazer o trajeto, memso no caso do tratamento da spatoligias mentais, com o psicólogo e uma terapia holística ao mesmo tempo. Muitos dos meus pacientes fazem o acompanhamento psicológico comigo e fazem também o tratamento espiritual de acordo com suas crenças. E isso faz muito bem a eles. Tudo que te fizer bem, experiente!
E bom, eu ontem fui lá no tarot. E, como eu falei, eu queria estar ali, então tanto faz acreditar ou não, porque o espaço terapêutico tem esse grande potencial de te fazer se sentir melhor.
Mas falando da minha experiência com tarot especificamente como foi? Funciona assim: ela deu uma visão geral da minha vida atual e no próximo ano com as primeiras cartas que ela tirou. Depois nós fomos entrando nas questões específicas que eu queria perguntar. A cada questão que trabalhávamos eu tirava três cartas de uma fileira que ela espalhou na minha frente. Praticamente tudo que ela falou, bateu com a realidade. “Como você que diz que não acredita entende isso, Olivia”? Eu interpretava o que ela falava à luz das situações da minha vida. As coisas que a taromante diz são um pouco vagas e não muito fechadas, a princípio, e eu, a partir do que ela fala, ia completando as informações e dando sentido ao que era falado. Eu queria que as coisas fizessem sentido e isso é ótimo! “Se você quer que faça sentido você não está trapaceando”? Não! É aquela clássica história: a gente tem que querer ser ajudado. Então, parte do esforço é nosso mesmo! De trabalhar e interpretar as informações que nos são dadas e, como eu direi adiante, de fazer as previsões acontecerem. Se a taromante diz que você vai comecer o amor da sua vida, mas você fica trancada em casa, você não vai conhecer ninguém. Até quando Jesus realizava milagres, a pessoa tinha que ir até ele. De para entender a idéia?!
Continuando… Quando você pega o que a taromante diz e preenche ou recheia com informações da sua vida, ela vai podendo te orientar melhor dentro do conhecimento, sabedoria, enfim, dentro da perspectiva e intuição dela. E aí funciona. Você tem ali uma pessoa que quer te ajudar, se você quiser ser ajudado e entender que a responsabilidade da sua vida é sua, e não do terapeuta, aí pode ser bem legal. Ela faz algumas previsões também. Do tipo adivinhação mesmo. Como eu entendo isso? Como elementos motivacionais, principalmente. As previsões são boas, então eu vou me mover para tentar efetivamente concretizá-las na minha vida. Se a previsão for boa e eu ficar deitada no sofá, nada vai acontecer. A previsão é como uma porta aberta, você tem que passar por ela sozinho.
Bom, depois dessa experiência nós comemos uma truta! (E tem umas muito boas na estrada do Rio para Friburgo). Chegamos em casa de noite.
Foi um excelente dia. Dar uma fugida da rotina, fazer um passeio diferente, ir à taromante pela primeira vez. Quantas experiências! Eu vivo me prometendo que eu vou te rmais dias desse tipo na minha vida…

Agora sim, o que é SoulCollage®?

Eu tentei fazer o meu primeiro cartão SoulCollage® antes do primeiro dia do curso introdutório. Fiquei bastante desapontada, pois não ficou nada bom. Comecei a me imaginar chateada no curso, porque os cartões de todos ficariam maravilhosos como os que eu via nos vídeos da internet e os meus, horrorosos.

Tive uma surpresa maravilhosa, contudo. Amei todos os cartões que produzi no primeiro dia.

A facilitadora foi a Mônica Valéria Iaromila e ela organizou o dia de uma forma muito interessante.

As primeiras atividades foram todas práticas. Passamos a manhã e o início da tarde produzindo cartões. Lá pelas três horas, tivemos um pouco de teoria.

Ficamos sabendo que SoulCollage® sempre deve ser escrito desta forma: tudo juntinho e com o R, pois se trata de uma marca registrada e a palavra não deve ser traduzida para o português. Além disso, Soul se fala em inglês e Collage em francês. Assim quis a criadora da técnica Senna Frost, com o objetivo de representar a diversidade.

Muito interessante e eu não tinha a mínima ideia: a prática do SoulCollage® objetiva a construção de um oráculo pessoal composto por cartões significativos (como um Tarô, mas completamente personalizado) ao qual você recorre para fazer leituras pessoais. Apenas a dona do baralho pode fazer leituras nele, de fato, são assim todas as leituras: eu leio para mim, no meu baralho. O que não significa que as leituras devem ser sempre individuais. O facilitador pode te ajudar na sua leitura, por exemplo, ou um grupo de pessoas pode se juntar para fazer leituras em grupo.

Existem também regras para a composição dos cartões. Além de eles terem um tamanho específico (que pode variar um pouco de país para país, mas gira em torno de 14 por 20), existem regras sobre a disposição das imagens. Cada cartão possui uma imagem central, chamada Neter (lê-se néter), é ela que fala com você sobre o significado do cartão. O fundo do cartão jamais deve aparecer, de modo que você pode compor o Neter com até mais duas ou três imagens (idealmente), para ocupar o cartão inteiro. Todas as outras imagens que você utilizar no seu cartão falam do Neter.

Depois de compor o cartão, você vai deixar o Neter falar o que ele tem a dizer sobre ele mesmo, para isso, papel e caneta para escrever. No final você acaba com o seu oráculo e um caderno com o significado dos cartões. Você pode voltar ao significado do cartão sempre que sentir necessidade, mas o significado não é estritamente rigoroso. Cada vez que você faz uma leitura, dependendo do seu momento, o cartão trará algo possivelmente novo, diferente.

Gostei muito da experiência. Fazer os cartões mobiliza muita coisa dentro de você. Ter que escolher as imagens e organizá-las no espaço limitado do cartão. O próprio trabalho manual é bastante relaxante. Escrever sobre o cartão é mergulhar nas sensações que você teve durante o processo e descobrir algo novo, que nem você percebeu que estava lá. Ainda tem as leituras. Mesmo com as poucas cartas que fizemos, já pudemos fazer uma primeira leitura. Nesse primeiro dia foi como acessar uma sábia entidade interna que me deu bons conselhos.