Colaboração. 

Hoje, pirigava eu dormir direto.
Cheguei muito cansada do trabalho, comi, deitei e apaguei depois.
Se não é pelo meu marido me acordar falando que eu precisava levantar para escrever no Blog, eu teria dormido até amanhã.
Quantas vezes no consultório eu não ouço dos pacientes autorecriminações, menosprezos de uma determinada conquista, tudo porque eles não obtiveram aquele resultado “sem a ajuda de ninguém”.
Tem aquela reflexão que diz que a gente nasce sozinho e morre sozinho. Essa frase passa a idéia que o ser humano é um ser que jamais consegue escapar do fato doloroso de sua solidão existencial. Sabe aquele filme que passou no cinema, Três Outdors Para Um Crime? Então, tem uma fala genial nesse filme. Um homem escreve para sua esposa que ele não nasceu sozinho, pois a mãe dele estava lá quando ele nasceu (e, convenhamos, nossa mãe está SEMPRE presente quando a gente nasce) e agora, no fim da vida, ele também não estava sozinho, pois a esposa estava lá com ele (assim também acontece com todos nós, chegamos ao fim da vida acompanhados pelas pessoas que conquistamos ao longo de nossa caminhada). A conclusão é que aquela frase inicial (e muitos dos meus pacientes) estão completamente equivocados. Ninguém faz nada nesse mundo sozinho. Ainda bem! Ter a ajuda de uma outra pessoa não é demérito nenhum.
Se não fosse pelo meu marido, eu já teria ficado alguns dias sem escrever no Blog. Ainda bem que ele está presente na minha vida, colaborando com meus sonhos e projetos e me incentivando sempre! Aproveito para agradecer aos queridos amigos, é claro, que já participaram ativa e intensamente da elaboração de vários textos e de incontáveis momentos importantes da minha vida. Agradeço a vocês que estão lendo também, pois vocês são uma alegria feliz e inesperada nessa jornada. Quando eu comecei a postar, eu imaginei que, no máximo, minha mãe e meu marido leriam os textos e que isso já ia ser lucro, mas vocês vieram e deram ainda mais sentido a esse projeto!
Agora, se me dão licença, vou aproveitar que meu marido veio aqui verificar se eu voltei a dormir ou se eu estou escrevendo mesmo e vou encerrando por aqui para aproveitar o fim de noite pré-feriado para fazermos alguma coisa boa juntos! Beijos!

Recolhimento. 

Olá! Tudo bem? Então, me desculpe, mas eu não vou poder cumprir o que combinamos. Sinto muito. Eu sei que era importante. Eu não quero que você fique chateada comigo. Isso não significa que eu não quero estar presente, ou que você não é importante para mim. Você é muito importante para mim. Mas a vida está tão louca, tudo tão corrido. Eu inclusive preciso desabafar também. E quero ouvir os seus desabafos, mas não vai dar para ser nesse momento. Você acha que a nossa amizade resiste a esse imprevisto? Eu espero que sim. Eu queria me desdobrar e ir até você, só que eu estaria cometendo uma violência comigo mesma se eu seguisse em frente com esse plano. Talvez no final de semana que vem role da gente tomar um café. Mas, nesse momento, eu preciso de um tempo de recolhimento. Suspendi todos os meus compromissos, inclusive, não só com você. Liguei para o trabalho e disse que só voltaria depois do feriado, vou ficar sem ir à academia, olhei a geladeira agora para confirmar que não vou precisar sair de casa nem para ir ao mercado. Qualquer coisa eu peço comida. Para você ver. É de um tempo mesmo que estou precisando. Quem me dera eu tivesse respeitado esses momentos mais vezes ao longo da vida. Você também poderia fazer isso de vez em quando, sabe? Eu sei que você sofre assim como eu com essa loucura que é a vida cotidiana. Eu compreenderia se você tivesse essa mesma demanda e estivesse desmarcando comigo para passar um tempo consigo mesma. Enfim, estarei fora de alcance nos próximos dias. Acho que até que o celular vai ficar desligado. Assim que eu encerrar esse meu momento, sair do meu recolhimento, eu entro em contato ou você. Beijos e até!