Paraíso.

Estou aqui agora. Em um hotel no Paraíso.
Valiosas essas liberdades. De poder resolver viajar, de uma hora para outra, sem ter que pedir ou dar satisfação a ninguém.

Não que eu não tenha avisado amigos e parentes, mas essa certeza da que a vida é sua para fazer absolutamente tudo que você quiser com ela é maravilhosa.

Mas será mesmo que somos tão livres assim?

Claro que pegar um avião e ir para em uma cidade a duas horas de distância é mole. Estou eu aqui, em Paraíso, São Paulo.

Mas eu teria oportunidades plenas de viver exatamente a vida que eu tenho razões para valorizar?

Amartya Sen, um economista e filósofo indiano muito importante pensava a liberdade nesse sentido. Temos realmente oportunidades reais de levar a vida que temos razões para valorizar e, portanto, a vida que escolhemos viver? Sen ganhou o prêmio Nobel de economia em 1998 e suas idéias contribuíram enormemente para a criação do IDH como forma mais apropriada de medir o bem-estar social.

Amartya Sen não acredita, por exemplo, que a renda, a riqueza ou o PIB são informações suficientes para avaliar as vantagens e as desvantagens que as pessoas possuem umas em relação às outras. Essas medidas não dão conta dos múltiplos aspectos da vida de uma pessoa ou da população de um país.

O que realmente importaria, para o filósofo seria a capacidade que cada pessoa possui de viver a vida que valoriza. Se uma pessoa possui menos capacidades (no sentido de oportunidades reais) de viver a vida que valoriza do que outra pessoa, a primeira está em desvantagem em relação a segunda pessoa. 
E você? Tem oportunidades reais de viver plenamente a vida que valoriza? Do que você precisa para transformar os recurso que você tem na boa vida que você deseja? O que está faltando para você?