Não te amo nem nunca vou te amar. 

De novo,
Ela
Na minha cabeça.
E eu?
Aqui sozinho.
Eu,
Sinceramente,
Não amo.
Amar você?
Mas insisto.
Insanidades.
Descontentes
E alucinados
Sempre que nos encontrávamos
Eu e você.
Estava tudo errado
E você repetindo
Está tudo certo
Mas não estava.
E eu sabia
Mas concordava
E rolava tanta química
Que eu cagava para todas as suas verdades deturpadas.
E eu pedia para continuar
Apesar de saber
Sempre saber
E não conseguir parar de saber
Que ia dar merda.
Eu e você
Fomos feitos um para ferir o outro
Na medida exata da nossa dor.
Eu não te amo.
Eu só não podia evitar.

Metáforas.

Você é o milho da minha pipoca

O ácido na digestão

Você é a cola da minha coca

A ideia na minha revolução

 

Você é a roda do meu carro

O álcool da tequila

Você é a volta de um barco

É amor na minha vida

 

Você é o casaco no frio

O oxigênio na combustão

Você é a água de um rio

O homem que me causa ilusão

 

Você é o grau da minha lente

É o meu ângulo adjacente

São seus os cabelos no meu pente

Ó, minha luz do sol poente

 

Você é o giz que risca meu quadro

É o solado do meu sapato

Tu és meu, somente meu amado

 

Você é o sangue em minha veia

O produtor em minha cadeia

Preso, atado em minha teia

 

Você é o fogo que me queima

E o band-aid que me cura

São tuas todas as minhas juras

 

(poema produzido durante uma aula chata do ensino médio em maio de 2007, que apenas anos mais tarde encontrou destinatário…).