Nada feito. Ou a falha do método de virar a noite para acertar o sono. 

Nada feito. No texto de ontem eu disse que iria testar isso de virar a noite acordada para acertar o sono. E nada feito.
O que eu descobri é que, se você fizer uma pesquisa sobre esse método no Google, vai encontrar várias matérias dando dicas de como conseguir virar a noite acordado – para propósitos de estudo ou trabalho – e opiniões controversas a respeito da validade do método para ajustar o clico de sono.
Achei bizarro essa questão das dicas para virar a noite. Na internet tem todo tipo de dica para todo tipo de coisa idiota.
Seria bom se esses textos fossem políticos: se seu trabalho ou estudo estão te exigindo tanto que você está tendo que virar noites para cumprí-las tem algo errado com seu emprego, sua escola ou sua faculdade.
Eu não estou falando que eu tenho problemas para dormir porque minhas obrigações tem me mantido acordada. Eu faço de tudo durante a madrugada: vejo filmes, séries, exercícios, leio, estudo, refeições etc. Eu tenho toda uma vida de madrugada.
Bom, tentei virar a noite para acertar o horário de sono na esperança, mais uma vez, de que esse fosse o ponta pé inicial para que eu pudesse normalizar a minha rotina, ou seja, adequá-la às exigências sociais de viver durante o dia e dormir durante a noite.
O que aconteceu foi que eu passei o dia exausta. Entre oito e dez horas da noite eu estava quase dormindo, mas segurei com medo de dormir cedo demais e acordar de madrugada. Deitei onze da noite e li um pouco (até porque minha meta de ler duas página por dia, pelo menos, já está em curso). Lá para meia noite me deu uma onda de energia. Eu fiquei na cama lendo, e lendo, e só senti que comecei a relaxar de novo em torno de duas da manhã. Fechei o livro e fui dormir pouco tempo depois disso. E, para completar, não consegui levantar cedo hoje. Estava com muito muito muito sono.
Então, método reprovado na minha opinião. Não serve nem para emergências, pois, mesmo virando a noite no dia anterior, eu não consegui ir dormir cedo e muito menos acordar cedo no dia seguinte.
A psicologia tem apontado que o melhor método para regularizar o sono é a criação de hábitos saudáveis na hora de dormir. Estabelecer uma rotina de sono e mantê-la todos os dias.
Por causa do meu ritmo biológico – eu sinto que o que me atrapalha a dormir cedo é mais do que um mal-hábito, ainda há de se reconhecer que certas pessoas têm um ciclo de sono diferente – eu ainda tenho receio de me comprometer com uma meta em relação ao sono. Acho que eu poderia acabar falhando e sofrer muito ainda por cima.
Deitar na cama e não conseguir dormir, ficar rolando de um lado para o outro, é uma experiência traumática para mim.
Muitas horas da adolescência e da vida adulta passadas desse jeito.
Eu me pergunto, de vez em quando, se é uma questão de ansiedade. Essa é a hipótese que as pessoas mais levantam também: “Será que você não está deprimida ou ansiosa?”. Isso porque dizem que as pessoas que sofrem com ansiedade são aquelas que demoram a pegar no sono, as que acordam antes da hora geralmente são as que sofrem com depressão. Junta as duas coisas, a pessoa dorme mal a noite inteira.
E realmente, quando eu estou na rotina de ir para a cama cedo, eu demoro a dormir, eu acordo durante a noite e eu acordo antes da hora.
Lembro-me de certa vez, quando eu era pequena, eu faria um passeio da escola no dia seguinte. Eu não lembro mais qual foi o passeio, mas eu me lembro de ter acordado durante a madrugada, me arrumado e dormido de novo já pronta para ir para a escola. Foi a primeira vez que eu acordei durante a noite e tive problemas para dormir da qual eu me lembro. Naquela ocasião, estava ligada à ansiedade.
Contudo, eu não me considero uma pessoa ansiosa. Quando tem algum prazo chegando ou alguma ocasião importante, eu sinto ansiedade. Então, eu sou uma ansiosa de ocasiões especiais. Nada demais. Quem não é?
Também não tenho me sentido particularmente triste. Eu sou meio pessimista em relação à condição humana (profundo, não é?), mas isso não caracteriza uma depressão.
Sem contar com o fato de que, e esse é o principal argumento na minha opinião, o meu sono fica mais delicioso quando vou dormir seis da manhã. Quando eu deito em torno das seis da manhã, eu pego no sono imediatamente, eu durmo direto e eu acordo com o despertador, super descansada oito horas de sono depois, duas da tarde. Ou seja, meus problemas de sono desaparecem. Se fosse uma depressão ou ansiedade que eu não estou sendo capaz de identificar, não desapareceria com a mudança do meu horário de sono.
Sinceramente o que me causa mais ansiedade e depressão é a necessidade de dormir cedo.
Quando eu começo a pensar que vou ter que acordar cedo no dia seguinte e que não vou conseguir dormir cedo, que vou ficar com sono o dia inteiro… Nossa! Eu fico realmente muito deprimida e ansiosa.

O hábito de escrever diariamente. 

Quando decidi escrever diariamente no blog, um dos meus principais objetivos era criar o hábito da escrita.
O que eu queria com esse novo hábito, era conseguir ter a disciplina necessária para escrever um livro.
A princípio fiquei com medo do blog dominar toda a minha dedicação à escrita. Ou seja, eu temia que todo o tempo do qual eu dispunha para escrever seria necessário para produzir o material do blog.
E no início foi assim mesmo que aconteceu.
Tudo que eu escrevia no primeiro mês era para o blog. Não sobrava tempo para escrever nem no meu diário.
Mas esta situação já está começando a mudar.
Logo no segundo mês eu já estava escrevendo mais do que venho publicando diariamente.
Algumas vezes, atualmente, eu começo a escrever um texto e penso: este texto não é do blog, ele vai para o meu livro. Ou: este tema eu vou guardar e trabalhar um pouco mais.
Muito importante observar que eu era aquela pessoa que não estava tendo tempo para nada antes de começar o blog.
Eu vinha me virando em mil pra dar conta do meu trabalho no consultório, as aulas que eu dou de psicologia para a área da saúde, o doutorado e uma pós-graduação em TCC – terapia cognitivo-comportamenal.
Então, eu estava vendo a escrita escapar novamente pelo meio dos dedos no meio desse turbilhão de responsabilidades e compromissos.
Tomar a decisão de transformar a escrita em hábito foi, portanto, fundamental.
O hábito, de fato, tem um poder impressionante.
É difícil de criá-lo e de gerar adaptações na sua rotina, mas quando você decide se comprometer com algo que te faz bem a coisa funciona.
O segredo?
Tomada de decisão, planejamento, implementação e manutenção do novo hábito (e, os ingredientes mais importantes na minha opinião: tolerância consigo mesmo para aceitar suas dificuldades e limitações, uma boa dose de confiança, que você pode conquistar aos poucos, e apoio das pessoas que te amam).
Não afirmo que já passei da fase de ter crises com a escrita. Provavelmente muitas mais virão. Mas eu estarei preparada para enfrentá-las!
E aguardem meu livro!