Glúten e o pessimismo.

O ser humano é uma merda de uma máquina mesmo. Eu durmo melhor e, como consequência, eu penso melhor. Percebo que melhoro minha alimentação e começo a me sentir mais feliz e menos mal-humorada. Quando faço exercícios físicos chego até a pensar em para de fumar! Me vejo reduzida a intrincados e cruéis mecanismos. De mim foi roubada toda esperança de vida eterna. Quando durmo, me sinto morta. Só não digo que o sono é a própria morte porque sei que o sono tem um pouco mais de vida do que a morte. No sono há ainda atividade cerebral considerável. Espero do meu futuro o destino que teve minha geladeira no verão passado, quando percebi que ela já não estava mais gelando. Alguém a retirou para desmonte. Mas na verdade sou menos do que a geladeira também. Pois ela pode ser desmontada e participar da composição de uma peça irmã. Dizem que toda energia se preserva e se transforma depois da morte. Mas eu não vou virar outro ser humano; vou virar capim. Capim de cemitério. Que coisa besta. A vida é toda besta. Quando eu como mais eu amo mais e eu me sinto mais amada. Quando eu não durmo fico puta e afasto todos ao meu redor. Só falta descobrir que é algo do que eu estou comendo que causa tanto pessimismo… Vou cortar o glúten e ver o que acontece.