Sobre a reta final e agradecimentos. 

Quanto mais eu me aproximo do tricentésimo sexagésimo quinto texto, quanto mais perto do um ano de publicações diárias eu chego, mais eu sinto que tenho a dizer e a escrever. Novas idéias, novos projetos.
Eu ainda tenho muitas pessoas especiais a agradecer pelo apoio e carinho ao longo do projeto.
Hoje eu gostaria de mencionar essas pessoas.
Primeiro ao meu fantástico marido. Neste exato momento eu estou aqui em pé na porta da cozinha escrevendo enquanto ele termina o preparo do jantar. Sem esse apoio, ajuda e compreensão muitos destes textos não teriam sido possíveis.
Minha mãe, que leu TODOS os textos que eu escrevi. Revisou, comentou, sugeriu temas e, principalmente, me encorajou desde o início.
Minha sogra também acompanhou tudo muito de perto, sempre lendo e comentando. Muito obrigada pela dedicação. Todos os comentários foram muito importantes para mim.
Meus amigos queridos que sempre me animam quando a coisa aperta e que sempre oferecem apoio e incentivo. Alguns amigos em especial, Natalia, Rodrigo e Juliana participaram mais afundo nessa aventura. A gente ainda vai produzir literatura junto!
Minha Coach de escrita, Eliana, também foi muto importante nesse processo. Me mostrou a importância do comprometimento com a escrita e abriu meus horizontes. Me apontou numa direção que foi muito frutífera para mim. Sei que estamos afastadas, mas sinto que ainda temos mais histórias para viver.
Obrigada também a todos os que acompanham o trabalho. Muitas vezes, para mim, vocês são números nas estatísticas do blog, mas eu nunca nunca nunca esqueço que cada numerozinho é um leitor e eu quero que você saiba que você faz parte da minha vida. Você está presente a cada momento do meu processo. É uma relação intensa para mim. Eu tenho conversas e mais conversas imaginárias com você, leitor, nas quais me emociono, agradeço elogio, choro com as críticas e defendo minhas idéias. Sem você esse trabalho teria muito menos sentido e seria bem menos divertido e desafiador.
Eu sei que este texto está com cara de despedida, mas não é disso que se trata. No entanto, este é sim o encerramento de um ciclo.
Estamos na reta final desta temporada (espero que não de uma temporada como as de Lost – que começa bem e termina chata e sem sentido e sim de uma série boa como Breaking Bad), mas estamos longe do fim da série.

O que dizem as pessoas inteligentes que sabem ganhar dinheiro? Ou: eu deveria sempre querer ganhar dinheiro?

 

Graças a Deus eu tenho sim fontes de renda. Trabalho bastante. É importante que digamos isso antes de começar. Eu não estou passando fome e tenho casa. Posso até ligar o ar condicionado quando está calor sem grandes preocupações.

Bom, agora vamos ao ponto. Estava refletindo ainda agora, enquanto lavava a louça do almoço que ainda estava na pia sobre o que deveria escrever. “Sobre o quanto odeio lavar louça”, pensei. Ou sobre como é legal fazer mindfulness lavando louça. Esse é um tema que está em alta no momento e às vezes eu realmente medito lavando louça. Ajuda a lidar com a raiva. “Não”… Eu deveria escrever sobre essas imagens na minha cabeça. (Para que você entenda de que imagens estou falando: estava tocando aquela música na qual a mulher fala que amou o cara por mil anos e que vai amar por mais mil. Ele diz em uma parte da música que vai morrer todo dia esperando por ele, ou, pelo menos, é isso que eu entendo. Aí eu comecei a imaginar como seria isso de maneira meio mórbida. Eu vou morrer, meu marido vai morrer, e eu tenho certeza de que no momento de nossa morte eu vou achar que não tivemos tempo suficiente para aproveitarmos a vida juntos. Então, imagina se eu encontrasse uma lâmpada mágica e o gênio me desse a seguinte opção. “Olivia, eu posso te dar mil anos para viver com seu marido”. Meu rosto ia se iluminar de alegria, mas o gênio rapidamente complementaria. “No entanto, você teria que esperar outros mil anos antes que isso pudesse acontecer e durante esses primeiros mil anos, você teria que viver vendo a vida sendo tirada de você todos os dias. Você não seria capaz de aproveitar absolutamente nada. Você viveria apenas para morrer todos os dias enquanto espera para se reencontrar com seu amado”. Eu imagino que a primeira coisa que eu perguntaria era onde o meu amor ficaria durante esse tempo todo. O gênio diria “Dormindo. Em um lugar onde você jamais conseguiria encontra-lo. No fim dos mil anos separados eu te levaria até ele, você poderia despertá-lo com um beijo e aí sim vocês teriam mais mil anos para serem felizes juntos”. Vocês aceitariam? Eu tenho certeza de que eu aceitaria. Seria uma espécie de Mil e Uma Noites às avessas. Eu passaria então os próximos mil anos tentando achar meu amor para acordá-lo logo, porque sou teimosa e estaria em muito sofrimento e com muitas saudades. Será que eu o encontraria? Será que seríamos punidos se eu o acordasse antes do tempo? Será que eu ficaria louca com a espera? Suportaria morrer todo dia? Será que iria doer?).

Eu imagino muitas histórias. Constantemente. E apesar de atualmente conseguir escrever todos os dias, não me sinto capaz de escrevê-las. Em termos de competência mesmo e de perseverança. Talvez um dia eu consiga. Não estou me lamentando. Só avaliando o estado atual das coisas. Não sinta pena. Esse é o primeiro passo para a mudança.

Bom, mas aí eu me perguntei: “Será que a galera que lê o blog ia gostar disso? Aí entram as coisas que as pessoas inteligentes dizem. Todos os cursos e dicas para aqueles que querem ser escritores falam que você tem que encontrar o seu público se quiser fazer sucesso e ganhar dinheiro. Um dos requisitos para isso é escrever com uma temática clara. Assim é que seus leitores te encontram e se tornam fiéis a você.

A questão é que tem sido tão bom para mim apenas escrever e tem tanta coisa ainda que eu quero escrever, coisas que giram em torno dos mais diferentes temas que você pode imaginar, que eu estou começando a achar que eu não quero mais ganhar dinheiro com isso ou ficar conhecida e famosa se, para isso, for necessário sacrificar tantas aspirações. Mas, não se esqueça, como eu disse no início do texto, eu já ganho dinheiro. Trabalho como psicóloga em consultório particular e dou aulas de psicologia. Se eu realmente precisasse viver da escrita seriam outros quinhentos.

Portanto, a ideia não é ganhar dinheiro, mas fazer algo que eu gosto e que me faz feliz para cacete. Esse comentário se refere apenas ao dinheiro e não aos leitores. Ainda tenho esse lado da alma de artista que sofre para colocar algo para fora, mas que gosta quando as pessoas apreciam o trabalho e quer que ele seja visto. Mas se algum dia eu iniciar aqui no blog uma saga de aventura louca ou um conto erótico, não se espante. A ideia é essa mesmo.

Para escrever é preciso estar bem?

Estou passando mal. Acho que estou com febre e estou com muita dor no corpo (não é dengue! Acho que é a rebarba do estresse e cansaço da semana).

Eu fiz um curso de escrita criativa há um tempo na Academia Internacional de Cinema (AIC) e um dos professores disse que não escrevia quando estava mal. Tudo bem que ele disse mal no sentido de estar triste. Estávamos discutindo estas questões: o artista precisa ser um amargurado, ressentido com o mundo? A criatividade brota dos estados de mais profunda melancolia?

Ele disse que não. Que ele particularmente só conseguia escrever quando estava bem, feliz.

Para mim, depende. Eu escrevo nos dois estados. Principalmente em se tratando da prática da escrita terapêutica, faz sentido escrever quando estamos tristes.

Mas olha… Isso que ele falou certamente vale para quando se está mal de saúde. Porque eu demorei umas três horas antes de conseguir finalmente tirar alguma coisa dessa minha cabeça hoje.

Alquimia da Palavra. 2° Edição. 

Hoje aconteceu a segunda edição da oficina Alquimia da Palavra que ministro com a minha parceira na escrita, Natalia.
A oficina aconteceu na Casa D’Esquina, no Grajaú. A casa é super aconchegante e, quando saímos da nossa oficina, estava rolando uma feira maravilhosa com várias coisas lindas e deliciosas. Já fui para casa almoçada!
Eu me surpreendi com a diferença entre esta segunda edição e a primeira. A idéia era trazer o mesmo conteúdo, mas apesar de termos conseguido passar o que havíamos programada, a oficina foi totalmente particularizada, atendendo ao interesse dos participantes. Na verdade, o evento foi uma grande troca de conhecimentos e experiências.
O equilíbrio entre a prática e a teoria foi mantido.
Hoje fizemos exercícios com Blackout Poetry. Ficou show de bola! Confira!

Alquimia da Palavra 

Hoje, eu e a minha parceira de trabalho, ministramos uma oficina de escrita criativa.

Todo o processo de trabalho foi maravilhoso.

Ela, assim como eu, começou a escrever desde novinha. Acabou deixando o sonho de ser escritora de lado na hora de tomar as “decisões sérias” da vida – especialmente a decisão pela carreira. E “escritora” não era uma opção.

Há alguns anos nós duas já estávamos quase sem conseguir respirar sem a escrita na nossa vida. Começamos, então, o trabalho como escritoras com uma incrível potência, como forma de sobrevivência.

Eu sei. Você deve estar pensando: está meio épica demais essa história.
Sim! Exato! Foi super épico. Eu comecei a virar madrugadas lendo e escrevendo, a investir uma grande quantidade de dindin e de tempo nesse processo e a passar por muitos desgastes e provações emocionais para, não só para reacomodar, mas para tornar a escrita o centro da minha vida.

Hoje nós transformamos uma parte do conhecimento que adquirimos em nossa jornada em uma oficina com o objetivo de compartilhar o que aprendemos e de aprender ainda mais com os participantes maravilhosos que recebemos!

A minha amiga e escritora Natalia Avila chegou para mim com a proposta de tema: Vamos fazer uma oficina com o tema Alquimia da Palavra, Olivia. – ela me propôs há dois meses pelo telefone – Seria legal se nós fizéssemos algo juntas!
Eu topei na hora!
Então, começamos o trabalho. Pesquisa, estudo, experimentação com as técnicas que iríamos levar, preparação do material, aluguel do espaço etc. E o nosso bebê nasceu forte e saudável.

Eis o texto de apresentação/divulgação da atividade:

*** O processo alquímico consistia na tentativa de combinar certos elementos para encontrar a fórmula maravilhosa da pedra filosofal, do elixir da vida eterna e da transmutação de metais inferiores em ouro.
Devido a essas características, a alquimia é uma metáfora perfeita para o processo de escrita no qual o escritor usa o material bruto da experiência e da linguagem para criar a obra literária. A obra literária, como resultado do processo alquímico da escrita, é algo que transcende o próprio escritor e se torna universal e enriquecidor para qualquer pessoa. ***

Falamos, a partir do tema proposto, dos quatro elementos que consideramos básicos para a escrita, apresentando técnicas que auxiliam no desenvolvimento de cada um desses aspectos. Tivemos também duas dinâmicas que nos renderam uma história muito interessante no final do dia!

Agradeço ternamente a todos que participaram dessa primeira empreitada e, para os que não puderam estar presentes eu digo:

Palma, palma, não priemos cânico! (não resistiiiiiiiii!!!!)

Teremos novas edições nos próximos meses e vocês serão informados pelo Facebook 😛

Algumas fotos!