Educação positiva. 

Recentemente assisti a uma palestra sobre educação a luz da psicologia positiva.
A educação positiva trabalha com os pontos fortes dos alunos e preza pelo seu bem estar e tem como objetivo, não só a aquisição de conhecimentos, mas também a construção de um propósito de vida.

No ensino tradicional, tendemos a atentar apenas para os pontos em que o aluno é fraco e o obrigamos a se esforçar e a se dedicar duas vezes mais às matérias que ele não gosta. Isso é um massacre. 

Na educação positiva, porteiro lado, cada aluno seria valorizado por aquilo en que ele é bom. E o que ele não gosta e não é bom seria minimizado ou eliminado. Assim o aluno seria muito mais feliz e potente, pois estaremos trabalhando suas forças e não suas fraquezas. 

A apresentação foi ótima. O que me chamou atenção foi o meu incomodo assistindo à palestra. Eu estava sentindo raiva.
O palestrante ia falando do autoritarismo dos professores, da tirania das notas e das avaliações, do lugar do professor como detentor do saber e do aluno como aquele que não sabe nada, da dificuldade em lidar com as perguntas “fora da caixinha”, do banimento da criatividade etc.; ele apontava como todos esses fatores são negativos para a educação, mas eu ia ficando com raiva só de ser relembrada do meu tempo de escola.
Aquela raiva ancestral acumulada dos tempos da escola que ainda mora aqui dentro de mim.
Um exemplo magnífico da dificuldade em lidar com os alunos me chocou. Ele contou um certo professor pediu aos alunos como tarefa que desenhassem um auto-retrato. Um dos desenhos era simplesmente um monte de rabiscos. O professor chamou a atenção do aluno por não ter se empenhado na tarefa e o aluno disse: “professor, o senhor pediu um auto-retrato, mas não disse que era do lado de fora, eu fiz um auto-retrato do que eu sinto do lado de dentro”. Sem saber como se posicionar diante da resposta do aluno, o professor o encaminhou para a coordenação.
Por essas e outras eu ainda hoje sinto uma pura descrença da educação como forma de mudar o mundo. A escola era verdadeiramente um local de tortura para mim e eu sei que foi assim para muita gente. Sem dúvida propostas como a da educação positiva soam como uma esperança para o futuro, e, enquanto houver escola, que a gente se empenhe muito para não continuar traumatizado crianças em série.
Quem sabe no futuro a gente consegue dar conta daquelas propostas que defendem um modelo completamente alternativa de aprendizagem (e não meramente ensino de conteúdos como na escola tradicional), na qual a criança aprende no seu próprio tempo aquilo que a interessa?
Sonho… E muita luta dos profissionais de educação e de todo mundo.