Que cérebro é esse?

Eu tinha tido uma idéia fodaaa para o texto de hoje. Aí pensei: não vou esquecer isso de jeito nenhum. Tranquilo. Não preciso nem anotar. Claro que eu esqueci qual era a tal da grande idéia. Estou aqui sentada há umas duas horas tentado me lembrar o que era. Não consegui. Mas esse processo me rendeu um pensamento estranho… Como é engraçado esse negócio de “fazer esforço para lembrar” de alguma coisa. Eu não sei se esse tipo de esforço mental existe. Quando a gente tenta levantar algo pesado, por exemplo, sentimos os músculos dos braços sendo tensionados. Sentimos claramente o tal esforço. Por outro lado, quando eu pelo menos, vou fazer um esforço mental, eu, sinceramente, não sinto nada. Não sinto meu cérebro tensionado, não sinto a musculatura do corpo retesada, não dá para ver nem sentir o esforço de modo algum. Quase dá para duvidar que a gente tem um órgão tão importante dentro da cabeça. De um certo modo é até reconfortante ter uma dor de cabeça porque aí você tem mais consciência do dito cujo. Dizem que isso é um grande problema. Não é? Sentir os próprios órgãos. Quando você não sente que tem coração, está tudo bem. O problema é quando você começa a sentir o coração por algum motivo. Aí significa que tem algo errado (isso é quase um ditado popular. Como psicóloga eu tenho que fazer uma observação importante. A ansiedade se manifesta no corpo da gente. Portanto, quando sofremos com ansiedade, sentimos o coração e também outras partes do corpo que normalmente não sentimos, mas isso se trata de algo psicológico. Não quer dizer que você está correndo risco de vida. Você precisa apenas ir ao psicólogo se cuidar). Bom, eu acho estranho isso de não sentir os órgãos. E isso me faz indagar que tipo de esforço estranho é esse que fazemos para raciocinar. Talvez o nosso cérebro pense o que ele quer, na hora que ele quer, não o que a gente quer que ele pense, e a nossa vida só acompanha.