O rumo da vida. 

Todos esses dias iguais de trabalho.
Toda essa vontade de fazer as coisas de um modo diferente.
Como fazer a vida ser do jeito que a gente quer?
Como é que a gente quer a vida?
Na época da escola, eu só queria férias, mas nas férias eu sentida falta da rotina de estudos.
Como criar equilíbrio entre estes diferentes aspectos?
A vida precisa ser do jeito que a gente quer para que sejamos felizes?
Eu cresci assistindo filmes da Disney nos quais o príncipe e a princesa viviam felizes para sempre no final, aparentemente com uma fortuna que os sustentasse a eles e aos seus filhos e netos até a décima geração. O trabalho geralmente era a punição da mocinha antes dela ser resgatada. Minhas fantasias a respeito da vida perfeita definitivamente não são reias.
Como então querer algo real e bom?
No fim das contas, eu não conheço uma vida que seja feliz e equilibrada. Todos a minha volta então querendo algo, na vida deles também está faltando qualquer coisa.
Como confiar no que eu sinto e sentir o que é verdadeiramente importante para mim?
Eu olho para a parede e penso pesadamente sobre cada uma da palavras que escrevo. Isso quebra o ritmo desse texto de insatisfação por tempo suficiente para meu marido passar pela sala, meu gato pular na janela. Eu lembro que amanhã eu não vou acordar cedo e avalio que minha saúde não está tão mal assim. De algum modo meus pensamentos parecem encarar o abismo, mas nenhum sentimento de profunda e real insatisfação me castiga agora. Como continuar essa reflexão? É melhor apagar o texto e começar de novo? Não.
Eu preciso me cuidar mais? Sim. Eu quero trabalhar menos? Sim. Seria bom viajar qualquer dia desses? Certamente.
Quando eu estou na rua sentindo saudades de casa eu choro? Muito. Quando o dinheiro aperta eu me desespero? Terrivelmente. Quando eu erro, sofro? Horrores.
Esses altos e baixos, ainda assim, parecem bonitos a distância. Como a cordilheira impenetrável do meu passado, cheia de mistérios. Uma travessia que me deixa boquiaberta. Majestosa. Me dá prazer contemplá-la e, de algum modo, tanto a alegria extrema quanto o desespero se dissipam e eu aprecio uma calmaria agradável e confiável. Depois eu respiro, olho para frente, e atravesso mais uma de muitas montanhas. No fundo do vale a noite é densa e o sentimento é obscuro, nas planícies, a visão é ampla e eu posso correr e descansar, nos cumes há muita excitação e um deslumbramento inigualáveis. Depois que acaba começa tudo de novo, só que diferente. E tudo parece novo, lindo e delicioso de novo. Os pensamentos sempre profundos, mas a vida boa e sempre valendo a pena.

Mude sua maneira de ver a vida ou mude a própria vida. 

Quando eu vou trabalhar na Barra da Tijuca, ou em qualquer outro lugar longe da minha casa, existem algumas opções de trajeto para mim, utilizando transporte público. Todas elas são extremamente agradáveis.
A monotonia é apenas aparente, é para aqueles que não sabem apreciar o mundo. Na verdade a vida, tanto dentro quanto fora da minha cabeça, é extremamente rica.
Basta parar e prestar atenção à natureza ao redor, quando você está subindo de ônibus o Alto da Boa Vista, que você vai ter uma impressão diferente em cada viagem.
Indo de metrô, aproveite para ler um bom livro, seja o livro físico seja um e-book. Nem preciso falar, não é? Quem lê vive mil vidas em uma. Outra opção muito interessante é ouvir música. Músicas animadas, emocionantes…. Diferentes tipos de música, para cada ocasião, cada estado de espírito… Elas vão enriquecer a sua viagem além de proporcionar fortes emoções.
Quando você consegue sentar e está muito cansado (se você não estiver paranóico com a violência da cidade), você também pode investir naquele cochilo. Compre aquele colar para apoiar o pescoço para melhorar a qualidade dessas sonecas. Aí sim elas terão potencial para serem verdadeiramente revigorantes!
Se você passa esse tempo dirigindo, a esperança para você não está perdida. O investimento pesado em música e audiobooks vão salvar sua vida!
Quem gasta muito tempo em viagens e engarrafamentos na cidade, não pode se dar ao luxo de desperdiçar essas horas valiosas. Você está jogando a sua vida no lixo quando fica lamentando o fato de ter que passar esse tempo no trânsito. Se você achar que nenhuma das opções acima é viável para você, mude de emprego ou de casa. Sofrer, não vale a pena. Faça um favor a si mesmo: mude sua maneira de ver a vida ou mude a própria vida.
Eu me concentrei em falar neste texto especificamente sobre o trânsito, pois é um fator relevante da vida no Rio de Janeiro. Mas a idéia vale para todas as coisas que nos geram insatisfação. Pense nisso.

Rebeldia e retaliação. 

Eles querem quebrar todas as nossas defesas. Arrancar a nossa pele e nos deixar em carne viva.
Eu não tenho problema nenhum em evoluir reconhecendo que eu estive errada no passado. Mas eu também não abro mão das minhas idéias de graça. Você precisa argumentar comigo, me dar exemplos que demonstrem o contrário do que eu acredito, eu estou totalmente aberta para o diálogo. Mas querer que eu simplesmente engula a sua verdade? O problema é que algumas pessoas querem ganhar no grito, usando a voz da autoridade, disfarçando-se de experiência. E quando você não abaixa a cabeça e obedece, eles querem te quebrar, te humilhar. Te chamam de rebelde sem causa e te acusam: a pessoa estúpida que não quer fazer algo que é pelo próprio bem dela. Pelo meu bem? Você só pode estar de sacanagem comigo. É você que me faz sofrer e me desrespeita em primeiro lugar.