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Orai e vigiai

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Ciúmes. Sentimento complicado que aflige muitos apaixonados por aí.
A tecnologia moderna disponibiliza uma série de ferramentas para apaziguar a angústia dos inseguros e possessivos.
Recentemente ouvi um sujeito comentando, depois de relatar estar espionando o celular da namorada: “Orai e vigiai”.
Ele falou que confia, mas também não vai dar mole.

Você espera que a pessoa não te traia, mas você também não dá bobeira – Não dorme no ponto – Não papa mosca. Você fica de olho.

Essa transgressão da intimidade alheia já é banal atualmente. Eu ainda não conheci ninguém que tenha dito: nós terminamos porque ele violou minha confiança olhando meu celular enquanto eu dormia.
Tudo bem que fomos acostumados a ter nossa intimidade violada quando nossos pais liam nossos diários, vasculhavam nossas coisas ou ouviam nossas conversas, mas isso justifica o fato de ser tão fácil assim perdoar esse tipo de violação na vida amorosa? Devemos nos acostumar com essa nova dinâmica nos relacionamentos?

Orai e vigiai. Como interpretar esta exortação?

Penso que talvez possamos entender da seguinte forma: orar pela otimização do nosso próprio comportamento e vigiar as nossas próprias inclinações.
Os preceitos cristão são voltados para dois fins: para aprimorarmos a nós mesmos moralmente e para ajudarmos o outro através da caridade e do amor.
Certamente Deus não está te falando para violar a privacidade de sua companheira ou companheiro. Ele certamente também não gosta quando você reage com agressividade ou violência em disputas domésticas.

Então, a dinâmica dos relacionamentos não deve ser menos baseada em confiança por conta das facilidades modernas de invasão de privacidade.
Então, você pode trocar o tempo que gasta estalqueando o mozão por terapia. Assim você analisa as raízes do seu ciúme e insegurança e trabalha para se tornar uma pessoa melhor e mais feliz no futuro.
Mentiram para você se te disseram que apertando o laço a pessoa não vai embora. Não vai cair nessa armadilha de achar que é possível controlar a vida do outro. Porque não é.

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